Pesquisa aponta que principais problemas enfrentados pelas mulheres estão relacionados à violência

por Comunicação/ALE publicado 08/03/2018 17h44, última modificação 08/03/2018 17h44

Neste 8 de março, data em que se comemora o Dia Internacional da Mulher, a deputada Jó Pereira (MDB) fez uso da tribuna da Casa para apresentar resultados de uma pesquisa mundial realizada pelos Instituto Ipisos/ONG Internacional Women’s Day, onde mulheres e homens de 27 países, incluindo o Brasil, responderam sobre quais os maiores problemas enfrentados pelas mulheres. De acordo com os dados apresentados, a nível mundial, o assédio sexual ficou em primeiro lugar na opinião dos entrevistados, com 32%; em segundo a violência sexual, com 28%; e, em terceiro lugar, a violência física, segundo 21% dos consultados.

“Ou seja, todos os itens ligados a violência. No Brasil não foi diferente, sendo que em primeiro lugar ficou a violência sexual, com 47%, em segundo assedio sexual, com 38% e em terceiro lugar a violência física”, contou Jó Pereira, acrescentando que na avaliação desses entrevistados 55% das já foram vítimas de violência física ou sexual. “Enquanto a estatística oficial é de 31%. Isso demonstra que temos ainda a avançar nesse quesito da denúncia”, observa a parlamentar, ressaltando que com base nos dados fornecidos pelo Ministério da Saúde, o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) analisou os casos de violência sexual registrados em 2014 e concluiu que 89% das vítimas são do sexo feminino e em geral com baixa escolaridade. “Desse total, 70% são de crianças e adolescentes. Em metade das ocorrências envolvendo crianças há um histórico de estupros anteriores. Um absurdo!”, disse Jó Pereira, indignada.

A deputada prossegue o pronunciamento, observando que, apesar dos avanços alcançados com a Lei Maria da Penha, o Brasil contabiliza ainda 4,8 assassinatos a cada grupo de 100 mulheres. “Número que colocou o Brasil no 5º lugar no ranking dos países nesse tipo de crime. Segundo o Mapa da Violência, dos assassinatos de mulheres registrados em 2013, no Brasil, 50,3% foram cometidos por familiares, sendo que em 33,2% destes casos, o crime foi praticado pelo parceiro ou ex”, ressalta Jó Pereira, observando que os dados só aumentam. De acordo com matéria jornalística veiculada no G1, em 2017 foram registrados 4.473 homicídios dolosos, um aumento de 6,5% em relação a 2016. Significando que a cada duas horas uma mulher é assassinada no Brasil.

“São 946 feminicídios, ou seja, casos de mulheres mortas em crimes de ódio motivados pela condição de gênero”, relata a parlamentar, avaliando que neste Dia Internacional da Mulher, as mulheres tem muito o que comemorar, pois são muitas as conquistas desde aquele 8 de março de 1911. “Mas temos muito mais ainda a reivindicar, assim como muito a lamentar”, conclui Jó Pereira.

Em aparte, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Luiz Dantas (MDB) exaltou o papel da mulher na sociedade alagoana e parabenizou a deputada Jó Pereira pelo discurso. Também em aparte, o deputado Gilvan Barros Filho (PSDB) se associou ao pronunciamento da colega de plenário e reforçou: “O 8 de março é o dia em que devemos comemorar e respeitar a presença da mulher onde quer que ela esteja. Acima de tudo refletir. Fico preocupado com esses dados apresentados, principalmente em se tratando de Brasil”. Os deputados Rodrigo Cunha (PSDB) e Inácio Loiola (PSB) também contribuíram com o pronunciamento da deputada Jó Pereira.