Antonio Albuquerque critica portaria publicada pela Justiça cobrando comprovante de vacinação de crianças e adolescentes

por Comunicação/ALE publicado 22/02/2022 13h13, última modificação 22/02/2022 13h13

O deputado Antonio Albuquerque (PTB) criticou a portaria publicada pela juíza Fátima Pirauá, cobrando o comprovante de vacinação contra a Covid-19 para crianças e adolescentes das escolas públicas e privadas de Maceió. Após a decisão, a magistrada tem sido alvo de ataques nas redes sociais e pessoalmente, provocando manifestações de solidariedade e repúdio por parte da Associação Alagoana dos Magistrados e da Defensoria Pública Estadual. “Estou absolutamente impressionado com as demonstrações de solidariedade a quem pratica injustiça. Eu me refiro exatamente à solidariedade que tenho assistido nas redes sociais e na mídia, em favor da doutora Fátima Pirauá”, disse o parlamentar, acrescentando que mantém respeito pela juíza, mas não pode ser injusto com os pais e mães de família de Alagoas.

Albuquerque avalia como ilegal a portaria exigindo vacinação das crianças, e solicitou ao presidente da Casa, deputado Marcelo Victor, que redistribua para novo relator o projeto de lei de sua autoria, que trata da proibição da exigência do passaporte vacinal, para que prossiga sua tramitação normal e possa ser levado à apreciação do plenário. Para justificar a ilegalidade da portaria baixada pela juíza ou por qualquer outro membro do Judiciário, Antonio Albuquerque cita o artigo 149 do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), especificamente os incisos 1 e 2 da lei nº 8.000/1990, que trata das competências da autoridade judiciária.

“O ECA não autoriza a nenhum juiz, em Alagoas ou no Brasil, a editar uma portaria absolutamente cruel”, afirma Albuquerque, acrescentando que só em regimes comunistas os pais não têm autoridade sobre os filhos. “Estão querendo forçar uma criança a se vacinar quando os próprios laboratórios não se responsabilizam pelas consequências que podem ter na vida desses vacinados. Que covardia é essa? Estão querendo legislar no lugar da Assembleia Legislativa”, acusa Antonio Albuquerque.

Os deputados Cabo Bebeto (PTC), Ronaldo Medeiros (MDB) e a deputada Jó Pereira (MDB) também se posicionaram sobre o tema. Os dois últimos se solidarizaram com a juíza Fátima Pirauá. Bebeto, que comunga de mesma opinião de Antonio Albuquerque, lembrou que situação semelhante também ocorre em Penedo, onde um magistrado, também por meio de portaria, determinou a exigência do passaporte vacinal para estudantes dos ensinos público e privado. “`Posicionam-se firmemente, ameaçando pais, mães e filhos. Estão legislando, usurpando a nossa função. Existem dois projetos de lei sobre isso tramitando nesta Casa, e é preciso que coloque pra discussão, para que os políticos se posicionem”, defendeu Bebeto.

Sem entrar no mérito da discussão, Jó Pereira disse que a magistrada tem um histórico em defesa da criança e do adolescente no Estado, citando entre outros exemplos o apoio à adoção e o apoio a crianças e adolescentes em situação de vulnerabilidade. “Quero prestar solidariedade a essa juíza que foi atacada, inclusive pessoalmente nas redes sociais, por ter um posicionamento contrário ao de outras pessoas”, disse a parlamentar, lembrando que em alguns momentos foram parceiras em causas como a criação do Fundo Estadual da Criança e do Adolescente. Na sequência, o deputado Ronaldo Medeiros disse que a juíza Fátima Pirauá foi muito sensata na decisão, ao determinar que para frequentar a escola a criança precisa estar vacinada. “O pai que ama, cuida e zela deve vacinar seus filhos. Se não quer vacinar, que assuma a responsabilidade”, observou o parlamentar.

Adeilson
Adeilson disse:
26/02/2022 06h18
Está virando moda em nosso país o poder judiciário legislar e governar! Isso para mim é inconstitucional.
Estão se autoinvestindo de poder!

Quanto ao tema como comentado, nem os laboratórios se responsabilizam pelos efeitos da vacina! Por que então não deixar que os pais decidam vacinar ou não?
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