Assembleia debate criação de polo biotecnológico e homenageia dr. Hemerson Casado

por Comunicação/ALE publicado 18/09/2015 13h40, última modificação 18/09/2015 13h44

A Assembleia Legislativa realizou, nesta sexta-feira, 18, uma audiência pública para debater o projeto de criação de um Polo Biotecnológico para pesquisa e tratamento de doenças raras em Alagoas, idealizado pelo médico Hemerson Casado, portador de Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA). O projeto, que já conta com o apoio da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), que cedeu um espaço, é de grande envergadura e, se concretizado, irá fomentar a economia do Estado. Para que seja viável, o projeto necessita de recursos para a elaboração de um plano de negócios. A audiência pública foi proposta pelo deputado Bruno Toledo (PSDB) e recebeu a aprovação unânime de todos os parlamentares que compõem o Parlamento alagoano.

"Alagoas tem a possibilidade de ser referência no campo do estudo científico sobre as doenças raras”, declarou Bruno Toledo. “Entidades internacionais já demonstraram interesse em se instalar em Alagoas, o que poderá gerar emprego e, principalmente, qualidade de vida aos portadores dessas doenças raras”, observou o parlamentar.

Durante a sessão, a jornalista Gilka Mafra leu um texto escrito por Hemerson Casado, já que o médico está impossibilitado de falar por conta do avança da doença. Ele destaca a iniciativa em conceber o projeto para a criação do polo biotecnológico para pesquisa e tratamento de doenças raras. “O polo representa uma mudança de paradigmas, pois, através dele, iremos passar um Estado que tem sua economia baseada na agricultura, pecuária, turismo e prestação de serviços, para transformá-lo num centro de referência de biotecnologia, um setor da economia que gera uma cadeia de desenvolvimento com um potencial enorme”, diz o médico.

De acordo com o consultor da Enzytec Consultoria em Biotecnologia, Marcio Lacerda, que representa a Associação Dr. Hemerson Casado Gama, o projeto para a construção do polo já está com toda parte de estratégia elaborada e será dividido em três fases: montagem de um centro de diagnóstico, centro de reabilitação focados em doenças raras e centro de pesquisas e incubadoras de empresas. “Temos um plano de negócios, onde já começamos a realizar um trabalho de captação de parceiros, de articulação com o governo e, com o município. Acreditamos que dentro de três anos já teremos um centro em funcionamento, já atendendo à população de Alagoas”, informou Lacerda, acrescentando que num prazo de oitos anos o polo estará em pleno funcionando. “Colocando o Estado de Alagoas dentro do circuito da saúde, aquecendo o turismo e melhorando a qualidade de vida. É um projeto que tem uma dimensão muito grande”, completou o consultor.

O secretário de Políticas e Programas de Pesquisa e Desenvolvimento do Ministério da Ciência e Tecnologia, Jailson Andrade, que participou da audiência pública, contou que o ministério tem dado “extrema” atenção a bioeconomia e considerou que a iniciativa de construção do pólo biotecnológico é de grande relevância. Ele informou ainda que o pleito para aquisição de dispositivos de comunicação assistida do tipo TOB-2 para portadores de ELA, para o qual o Dr. Hemeson conseguiu, através de negociações internacionais, redução no preço do equipamento, foi aprovado pelo Ministério de Ciência, Tecnologia e Inovação. “Ele levou esse pleito para o Ministério. Realizamos consultas jurídicas e avaliamos que o pleito se aplica ao programa de tecnologia assistiva do Ministério e nesse momento está se providenciando suas adequações”, informou Andrade.

De acordo com o secretário de Estado da Ciência e Tecnologia, Pablo Viana, a pasta tem acompanhado a Associação do Dr. Hemerson Casado e vem apoiando o projeto atuando como articulador, inclusive com o Ministério da Ciência e Tecnologia, e viabilizando audiências públicas no intuito de sensibilizar a sociedade para a causa. “Temos feito isso porque acreditamos que esse projeto pode reverter em diversos benefícios para o Estado. Em termos de desenvolvimento e apoio às pessoas que precisam de atenção nessa área”, declarou Viana.

Homenagem
Após os debates, o médico Hemerson Casado foi homenageado com a comenda Tavares Bastos, a mais alta honraria da Casa, proposta pelo deputado Bruno Toledo. “Fiz essa proposta para referendar tudo o que o Dr. Hemerson Casado tem feito por Alagoas. Um homem que porta uma doença rara, mas que pensa também em trazer uma melhor qualidade de vida para outras pessoa”, justifiou Toledo.