Cabo Bebeto demonstra preocupação com proibição do ingresso de animais vacinados de outros Estados

por Comunicação/ALE publicado 11/04/2024 18h40, última modificação 11/04/2024 18h40

O deputado Cabo Bebeto (PL) usou a palavra na sessão desta quinta-feira, 11, para demonstrar sua preocupação com o setor do agronegócio, a partir da proibição do ingresso dos animais vacinados, procedentes dos Estados que ainda praticam a vacinação contra a febre aftosa - caso de Alagoas - nas zonas livres sem vacinação. "Alagoas está incluída entre os Estados proibidos, pois continua pertencendo à zona livre com vacinação, ao lado do Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba e Pernambuco", prosseguiu ele. "Na prática, a partir de 2 de maio não passa mais nenhum bovino de Alagoas para Sergipe, por exemplo, que comercializou em 2023 cerca de 7.700 animais" complementou, afirmando que essa barreira sanitária seria um "grande nocaute" para o agronegócio alagoano.

"Temos várias feiras de animais, mas vou destacar apenas três para que vocês entendam o prejuízo que se aproxima: a Feira do Gado de Dois Riachos, que movimenta por semana 1.500 animais; a Feira do Gado de Canafístula, que movimenta por semana 600 bovinos; a Feira do Gado de Campo Grande, que movimenta por semana 900 bovinos, dando uma média de três mil animais por semana, 12 mil por mês, 144 mil animais por ano", informa o parlamentar.

O parlamentar alerta que isso pode afetar do pequeno produtor ao consumidor. "Temos ainda o comércio de bubalinos, que está na mesma situação, além dos ovinos e caprinos, com exigências ainda maiores e mais dispendiosas. Vai ficar difícil o comércio contemplar e obedecer todas as exigências", projeta Cabo Bebeto. "As exigências impostas há sete anos são as mesmas para os criadores de bovinos e suínos, que há oito anos não podem comercializar em 17 Estados brasileiros, visto que Alagoas está incluída na zona infectada da peste suína clássica", criticou ele, sobre a falta de sorologia nos animais.

Segundo Cabo Bebeto, isso aconteceu em Alagoas por causa da alta rotatividade de profissionais, falta de investimento e estrutura física, somados à ausência de planejamento e acompanhamento dessas atividades técnicas. Ele lembrou ainda que o Ministério da Agricultura, em auditoria realizada no mês de agosto do ano passado, apontou inúmeras irregularidades na visita que fez à Agência de Defesa e Inspeção Agropecuária de Alagoas (Adeal). "A auditoria analisou, levando em conta o nível de avanço obtido em cada item avaliado, sendo que os níveis de avanço variam de 1 a 5, onde o nível 1 representa uma condição crítica e o 5, uma condição de excelência. A Adeal obteve nota 2.1", disse o parlamentar, ressaltando que era preciso, no mínimo, 3.4 para suspender a vacina contra a aftosa, mas recebeu nota 1 em 11 de 46 itens.

"Diante deste estado caótico, os servidores da Adeal entraram em greve no último dia 28 de março e, nesta semana, retornaram aos serviços, por força de decisão judicial", continuou Bebeto, lembrando que os servidores reivindicam reestruturação de carreira, realização de concurso público e melhores condições de trabalho. "As consequências sociais, financeiras, tributárias, econômicas e de saúde pública deste temerário cenário são muito preocupantes e necessitam da atenção de todos os nossos parlamentares" finalizou ele.

Servidores
Além da restrição sanitária no agro alagoano, Cabo Bebeto citou também cobranças de funcionários públicos de diversos setores, reivindicando reajuste salarial. "Ano passado foi dado o reajuste de 5,79%, com a primeira parcela de 3% e a segunda de 2,79%, mas até agora não vimos isso", afirma ele.

Ele também criticou a não conclusão dos cursos de soldado de formação da Polícia Militar e de Bombeiro Militar, que completa nesta semana um ano de atraso. "Tenho recebido também várias cobranças de servidores administrativos da Educação, que apesar de possuírem o direito ao aumento da carga horária de 30 para 40 horas, ainda dependem de publicação de portaria para que isso seja implantado", declarou o parlamentar.