Cabo Bebeto questiona atendimento a turista que faleceu devido a acidente em Maragogi

por Comunicação/ALE publicado 26/06/2024 19h08, última modificação 26/06/2024 19h08

Em pronunciamento durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 26, o deputado Cabo Bebeto (PL) lamentou a morte do turista de São Paulo, Rodrigo Pereira, 36 anos, que sofreu um acidente e lesionou a coluna após um mergulho em Maragogi, litoral Norte do Estado, no último dia 16. Rodrigo Pereira faleceu uma semana depois do acidente, no Hospital Carvalho Beltrão, em Coruripe, referência em ortopedia em Alagoas. “Segundo familiares e amigos, Rodrigo Pereira pesava 180 quilos e, após o acidente, foi encaminhado a uma UPA e, depois, ao hospital Cavalho Beltrão, onde morreu à espera de transferência por quase uma semana para exames em Maceió. Justificam que o Samu não tinha maca que comportasse o peso dele e, durante esse período, ele sofreu três paradas cardíacas”, contou o parlamentar, questionando a Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) o porquê de o turista não ter sido atendido no Hospital Regional do Norte (HRN), que fica em Porto Calvo, a 30 km de Maragogi.

Cabo Bebeto destacou que o Hospital Carvalho Beltrão fica a cerca de 220 km de Maragogi. “O paciente, ao fazer o trajeto, poderia ter sido atendido no Hospital Regional do Norte, no Metropolitano, na Santa Casa e no HGE”, apontou o parlamentar, supondo com isso que o HRN não teria capacidade para atender demanda daquela natureza. “Por que não investir no Hospital Regional do Norte, para que seus usuários não sejam obrigados a realizar uma viagem a Maceió ou até Coruripe para realizar procedimentos na área de ortopedia, por exemplo?”, questiona Bebeto.

Bebeto contou que o fato lhe fez aprofundar nas pesquisas no Portal da Transparência, onde pode constatar que o Hospital Carvalho Beltrão é a unidade hospitalar que mais recebe recursos do Governo do Estado. “Ele é o maior recebedor de pagamento do Estado de Alagoas. Só este ano, até maio, ele recebeu cerca de R$ 62 milhões”, informou Bebeto, alarmando-se com os altos valores repassados ao hospital de Coruripe.

Em aparte, os deputados Alexandre Ayres (MDB), Delegado Leonam (União Brasil), Ronaldo Medeiros (PT), Silvio Camelo (PV) e a deputada Rose Davino (PP) parabenizaram Bebeto por trazer o tema a debate no plenário e também expressaram seus posicionamentos sobre o assunto. Ayres aproveitou a fala de Bebeto para solicitar à Comissão de Saúde da Casa um questionamento junto à Prefeitura de Maceió, que adquiriu recentemente um hospital e até o momento não abriu o serviço de ortopedia, que é uma atribuição do município, conforme determinação do Sistema Único de Saúde (SUS). Já o deputado Ronaldo Medeiros criticou o fato do hospital municipal ainda não estar aberto à população, apesar do alto valor pelo qual foi comprado.

O deputado Leonam se disse indignado com o que ocorreu com o turista e observou que apesar de o Hospital Carvalho Beltrão receber esses valores vultuosos, tem relatos de profissionais que não receberam seus pagamentos e de pessoas lá internadas há meses, precisando de um procedimento cirúrgico ortopédico. No que diz respeito ao hospital de Maceió, a deputada Rose Davino informou que a unidade ainda não está atendendo a população devido a questões burocráticas no Ministério da Saúde.