Caso Braskem é tema de debate e deputados pregam união de forças
Na sessão ordinária desta quinta-feira, 30, o deputado Lelo Maia (União Brasil) repercutiu os novos tremores de terra na área de mineração da Braskem, no bairro do Mutange, em Maceió. Maia afirmou que gostaria, antes de tudo, de se solidarizar com as vítimas. "As pessoas que estão lá sofrem com tudo o que está acontecendo, são elas as principais prejudicadas", iniciou o parlamentar, sugerindo uma união política em Alagoas para que as gestões do Estado e do município de Maceió encontrem juntas uma solução para o problema.
O parlamentar sugeriu que se pense em punições aos culpados após o atendimento à população. No entanto, criticou o fato de que moradores, na madrugada desta quinta, foram retirados de casa em uma evacuação repentina.
Em aparte, o deputado Delegado Leonam (União Brasil), como presidente da Comissão de Meio Ambiente e Proteção dos Animais, questionou o fato de ninguém da Braskem ter sido preso e também criticou o uso do aparato policial para a retirada de moradores. "Nós devemos, sim, unir forças com os governos Federal, Estadual e Municipal, e esse é o nosso papel aqui na Assembleia", reforçou Leonam. Mesaque Padilha (União Brasil) elogiou a iniciativa de Maia em apresentar o tema na Casa. "Pessoas estão correndo risco de vida, a população que está ali sofre", disse o parlamentar. "O Ministério Público precisa acionar os governos do Estado e do Município para que possam tratar das pessoas, cuidar do nosso povo, que está precisando de ajuda", reforçando a ideia de se deixar questões partidárias de lado nesse momento.
Doutor Wanderley (MDB) lembrou que o desastre ambiental não possui precedentes e é o maior em área urbana no mundo. "Nós ainda não temos a real dimensão da abrangência desse desastre ambiental, e já sentimos na pele o impacto que teve na mobilidade humana de pessoas que foram deslocadas para a periferia e o impacto que teve no trânsito". Wanderley lembrou do acordo firmado entre a Prefeitura de Maceió e a Braskem, onde houve uma renúncia com relação a qualquer tipo de reivindicação. "Isso significa, do ponto de vista prático, que agora os moradores de Maceió têm que acionar o município, e isso foi um acordo mal orientado juridicamente", afirmou o deputado, apoiado por Alexandre Ayres (MDB) e Dudu Ronalsa (MDB).
Ayres reconheceu a necessidade de união entre os Poderes, mas lembra que ainda existe política mesmo neste assunto e que a Prefeitura de Maceió precisaria "encerrar suas narrativas". Ele levantou o tema da compra do Hospital do Coração, por R$ 266 milhões, com o uso dos R$ 1,7 bilhão que a Prefeitura recebeu da Braskem com o acordo. O parlamentar também solicitou que a Comissão dos Direitos Humanos da Casa indique deputados para acompanhar os trabalhos dos Gabinetes de Emergência municipal e estadual. Dudu Ronalsa também destacou o investimento da Prefeitura na compra do Hospital, lembrando que quando os parlamentares trataram sobre a questão, criticaram a falta de assistência aos moradores por parte da Prefeitura.
Ronaldo Medeiros (PT) demostrou contentamento ao saber que o prefeito João Henrique Caldas ligou para o governador do Estado. "Parceria é sempre bom, porque ninguém é forte sozinho", afirmou o deputado, torcendo para que os quase R$ 2 bilhões em indenizações sejam utilizados para os moradores afetados, que perderam casas e meios de vida.
Por fim, o deputado Cabo Bebeto concordou que o discurso deveria ser de união. Ele também desejou a instalação de uma CPI, para que, no futuro, os verdadeiros responsáveis sejam punidos. "Estão brincando com a vida das pessoas", lamentou o parlamentar .