Casos de corrupção no governo federal são tema de debate em plenário
As críticas sobre o governo federal deram o tom dos debates no plenário da Casa de Tavares Bastos durante a sessão ordinária desta terça-feira, 12. O primeiro a se posicionar foi o deputado Tarcizo Freire (PSD) que avalia como péssimo e desastroso o governo da presidente Dilma Rousseff. Para Freire, seu pronunciamento reflete o sentimento de indignação das ruas. “O PT está acabando com o Brasil. Não vai sobrar pedra sobre pedra”, disse o parlamentar, enfatizando as denúncias de corrupção desencadeadas através da Operação Lava Jato, da Polícia Federal, que supostamente envolve integrantes do Partido dos Trabalhadores e aliados políticos.
“O PT, sem se preocupar com o povo brasileiro, invadiu os cofres públicos fazendo uma farra nunca vista na história da República. Não pouparam se quer a nossa única referencia e símbolo de empresa bem sucedida, que é a Petrobras”, criticou Tarcizo Freire.
Em aparte, o deputado Gilvan Barros Filho (PSDB), corroborou com o pronunciamento do colega de plenário. “Não posso ficar em silêncio vendo tudo isso passar na nossa frente, tão claramente, vendo que a conta dessa má administração está sendo paga pelos brasileiros”, declarou o parlamentar, que é líder dos tucanos na Casa. Ele criticou a alta taxa de juros que está sendo cobrada dos produtores rurais. “Não podemos nos curvar diante do monopólio que está sendo formado nos vários ramos do mercado de trabalho. Não podemos nos calar diante dos trabalhadores que estão pagando uma conta que não contraíram”, completou Barros.
Defesa
O líder do PT na Assembleia, deputado Ronaldo Medeiros disse estranhar o posicionamento do colega Tarcizo Freire, tendo em vista que o partido deste, o PSD, compõe a base aliada do governo de Dilma Rousseff. Ao defender o PT, Medeiros observou que também há uma série de denúncias contra o líder do PSD nacional, Gilberto Kassab. “Também há uma série de denúncias contra o líder maior do PSDB, Sérgio Guerra, que teria recebido R$ 10 milhões, conforme dito na Operação Lava Jato”, citou Medeiros, observando que não foi o Partido dos Trabalhadores quem instituiu a corrupção no País. “Agora a corrupção aparece; a Polícia Federal é autônoma. Autoridades que nunca imaginaram passar na porta de uma delegacia hoje estão sendo presas e não são apenas componentes do PT”, observou líder petista, defendendo a expulsão dos quadros do partido de integrantes que, comprovadamente, tenham participado de esquemas de corrupção.
Também em aparte, o deputado Dudu Hollanda, líder do PSD, informou que o posicionamento do colega de legenda, Tarcizo Freire, não representa o pensamento da legenda partidária que os abrigam. “Não há orientação do partido (PSD), nem do líder. O deputado Tarcizo Freire utiliza a tribuna para externar o seu posicionamento em seu nome, e não do PSD”, assegurou Hollanda, reforçando que o PSD é da base aliada do governo federal e se sente confortável dessa forma.
No decorrer da sessão o deputado Galba Novaes (PRB) também usou a tribuna da Casa para se posicionar a respeito do assunto. Em rápida avaliação, Novaes disse que o governo petista trouxe grandes avanços e conquistas para o povo brasileiro. "Nosso País nunca avançou tanto como no governo Lula. O nosso Produto Interno Bruto (PIB), naquele governo, apresentou uma expansão média de 4% ao ano, desempenho que superou o governo de Fernando Henrique Cardoso, que apresentou uma expansão média de 2,2% ao ano”, exemplificou.
Em aparte, o deputado Ricardo Nezinho (PMDB) disse que o que o preocupa diante dos acontecimentos é que está existindo uma disputa de torcida entre petistas e antipetistas. “Vamos encontrar tanto pessoas sérias quanto corruptas no PT. Como também encontraremos em todas as outra cores partidárias”, disse ele, observando que a questão é muito maior. “Tem haver também com a reforma eleitoral”, destacou.
Também em aparte, o deputado Edival Gaia (PSDB) defendeu defendeu o governo FHC, destacando que os avanços que tiveram origem em seu governo deram suporte ao trabalho realizado pelos governos de Lula e Dilma. “Cada cumpriu o seu compromisso para que o País pudesse crescer e se tornasse a potência que é hoje. Concordo que o Lula foi um grande presidente, mas tudo que ele fez foi porque o Brasil estava preparado para isso”, disse.