Cheia nos rios que cortam Alagoas preocupa parlamentares
A enchente da última quinta-feira, 25, na cidade de Santana do Ipanema, resultando em dezenas de desabrigados, foi tema de debate na sessão virtual do Parlamento alagoano nesta segunda-feira, 30. O primeiro a se posicionar foi o deputado Cabo Bebeto (PSL), que informou ter recebido hoje imagens da cidade, mostrando que o nível da água dos rios que cortam o município voltou a subir. “A água voltou a derrubar casas e a desabrigar pessoas e esta Casa precisa buscar, junto ao Governo do Estado, alternativas para ajudar a população”, disse.
O deputado Inácio Loiola (PDT) informou que as chuvas constantes nas cabeceiras dos rios Camoxinga e Ipanema é que estão provocando as enchentes na região sertaneja. O deputado afirmou que algumas comunidades da cidade de Poço das Trincheiras também estão sendo atingidas. “Isto é muito preocupante. O Governo do Estado precisa ter suas atenções voltadas para os municípios ribeirinhos banhados pelo rio Ipanema”, afirmou.
Loiola alertou ainda, que pode acontecer também uma grande cheia no rio São Francisco, devido à barragem de Três Marias (MG), que está com quase 100% de sua capacidade de armazenamento, e a barragem de Sobradinho (BA) com 72%. “Logo, Sobradinho vai ter que liberar essa água que, evidentemente, chegará ao Estado de Alagoas. Se continuar chovendo com essa intensidade na bacia hidrográfica do São Francisco, poderemos ter uma grande cheia naquela região”, disse.
A deputada Jó Pereira (MDB) disse que se faz necessário um monitoramento das chuvas nas cabeceiras dos rios. “Isso é cíclico. É preciso que tenhamos obras de barramento nestes rios, para evitar tragédias e, neste sentido, ainda armazenar água para o período de escassez”, informou.
A Secretaria de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh) informou hoje que uma barragem particular, no município de Águas Belas (PE), rompeu e desaguou no rio Ipanema. As águas dessa barragem chegaram à cidade, fazendo com que o nível do rio subisse repentinamente mais de 1,5 m. A Semarh comunicou ainda que a média climatológica para todo o mês era de 65 milímetros, mas já foi registrando mais de 500 milímetros de chuvas na região.