Cibele Moura repudia comemorações exaltando o Golpe Militar de 1964

por Comunicação/ALE publicado 02/04/2019 18h55, última modificação 02/04/2019 18h55

A deputada Cibele Moura (PSDB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, para repudiar as comemorações referentes ao golpe militar de 1964 e para ressaltar a importância da democracia para o país. “São 55 anos de um golpe que foi marcado pela tortura, barbárie e pela extinção, por um bom tempo, da democracia no Brasil. Neste e nos outros parlamentos no Brasil se faz necessário defendermos a democracia, onde podemos concordar e discordar de um mesmo assunto sem ser perseguido ou torturado”, destacou.

A deputada lembrou que em Alagoas seis pessoas morreram e três estão até hoje desaparecidas. “Neste sentido, é uma data que não podemos comemorar, mas sim lembrar para que não se repita novamente”, disse Cibele Moura. A parlamentar lembrou que seu bisavô, Abrahão Fidelis de Moura, que era deputado federal, foi retirado do seu cargo pelo Ato Institucional Número Dois (AI-2), baixado pelo regime militar, em 27 de outubro de 1965. “Ele era um homem de bem, que lutava pela igualdade e por um Brasil mais justo” afirmou.

Em aparte o deputado Bruno Toledo (PROS) disse ser um entusiasta da democracia e que não há nenhuma forma de governabilidade tão eficiente. “Lutaria pela democracia sempre, mas festejar e defender a democracia não significa repudiar o regime militar que nós passamos no Brasil. Quando os militares assumiram o país, o que tínhamos, era uma tentativa de tomada do poder, para se instalar um regime de esquerda. Os militares não tomaram o poder à força, eles foram convocados para isso. O Brasil vivia uma grande turbulência e sem nenhuma segurança jurídica”, destacou.

Também em aparte, a deputada Jó Pereira (MDB) disse que não se pode comemorar o golpe militar de 1964 e lembrou a alagoana e ex-deputada Selma Bandeira que foi perseguida e torturada durante a ditadura. “Não se pode comemorar uma data como essa e sim lembrar de muitos alagoanos e brasileiros que foram perseguidos, torturados e mortos neste período. A ditadura nos trouxe episódios que marcam a alma até hoje. É preciso repudiar essas atitudes e lutar sempre pela democracia. Não podemos aceita nenhum tipo de ditadura, seja ela de esquerda ou de direita”, afirmou.

Por fim, o presidente da Casa, deputado Marcelo Victor (SD), repudiou a comemoração ao golpe, destacou o poder e a importância da democracia e lembrou o alagoano Vladimir Palmeira que foi perseguido pelo regime militar. “Fecharam o Congresso pois não queriam conviver com opiniões diversas. Não acertaram em nada. Tomaram o poder com armas. Não se pode comemorar este período”, concluiu.