Consequências econômicas da pandemia de coronavírus são postas em debate
A grave crise financeira que se instalou no País e em Alagoas, em razão de decretos governamentais adotando medidas restritivas (com fechamento de comércio, bares, restaurantes, redução de frota de transporte público entre outras), com a finalidade de minimizar a propagação do coronavírus (Covid-19), voltou a ser debatida entre os parlamentares alagoanos durante a plenária virtual desta quinta-feira, 26.
Primeira a abordar o assunto, a deputada Ângela Garrote (PP) disse ter recebido vários apelos de empresários do Estado pedindo a reabertura do comércio. "Gostaria de pedir ao governador Renan Filho que revisse essa decisão. Como os empresários irão pagar seus funcionários sem arrecadação?", questiona a parlamentar, cobrando ainda a atuação do Procon na fiscalização sobre denúncias de que farmácias estariam se aproveitando da crise na prática de preços abusivos.
Na opinião do deputado Gilvan Barros Filho (PSD), o isolamento vertical é de suma importância para prevenir a disseminação do coronavírus, mas ressalva que, se a economia não girar, a situação pode ser agravada ainda mais. "Sem a economia rodando, não teremos o comércio aquecido e a geração de emprego. Vamos aumentar o índice de violência, aumentar mais ainda o problema da população carente e, com isso, nos deparar com o verdadeiro caos", argumenta o deputado.
A deputada Jó Pereira (MDB) observou que a preocupação em torno da economia brasileira e do Estado é legítima, e também fala de vidas, especialmente daqueles que sobrevivem da informalidade. "Por isso a necessidade de termos medidas governamentais mais efetivas com relação a essas pessoas. Não podemos ficar apenas falando sobre o que vai acontecer", observa a Jó Pereira, enfatizando a necessidade da realização da reunião, em caráter extraordinário, do Conselho do Fecoep (Fundo Estadual de Combate e Erradicação da Pobreza).
Para o deputado Inácio Loiola (PDT), o setor turístico está sendo um dos mais prejudicados com a crise econômica gerada pelas medidas restritivas adotadas para conter o avanço da Covid-19. "Uma das grandes preocupações do mundo, hoje, é a questão da economia. O turismo foi a atividade mais afetada, e este é uma das principais fontes de divisas de qualquer município, estado ou país", observou Loiola, acrescentando que a recuperação do setor será muito complicada.
As dificuldades enfrentadas pelo pessoal da economia informal, assim como do setor turístico, também foram motivos de preocupação do deputado Francisco Tenório (PMN). "As pessoas empregadas formalmente irão sofrer menos, porque entram no programa do Governo Federal, que é o Seguro Desemprego", argumenta Tenório. "Mas o pessoal da economia informal, nas diversas categorias, não tem do que viver. O Estado precisa encontrar alternativa, urgente, para atender a essas pessoas", completa.
O deputado Marcelo Beltrão (MDB) reforçou a necessidade de ações coordenadas entre os Estados, a Nação e os municípios. Na sua opinião, há uma total dissonância entre as decisões tomadas pelos gestores estaduais e municipais com as medidas adotadas pelo presidente da República. Prova disso, segundo o parlamentar, foi o decreto editado pelo Governo Federal, liberando o tráfego de ônibus interestaduais, intermunicipais e transportes alternativos em todo o território.