Crise sanitária e econômica gerada pela pandemia do coronavírus volta a ser debatida
A crise sanitária e econômica gerada com a pandemia do coronavírus voltou a ser debatida no plenário da Casa. Primeiro a se pronunciar sobre o tema foi o deputado Davi Maia (DEM), que cobrou do Governo ações e medidas mais efetivas para o enfrentamento á Covid-19 e pós-pandemia. "Até o dia de hoje não foi apresentado nenhum mísero plano de recuperação do Estado. A Assembleia Legislativa faz a sua parte e aponta inúmeros caminhos", disse.
O parlamentar observou que só com a devolução dos veículos alugados, mediante contrato de locação pelo Executivo, poderia se conseguir uma economia mensal de cerca de R$ 2,5 milhões ao Estado, a serem investidos na aquisição de novos leitos e respiradores. "Tudo o que o Governo faz, nesse momento, é muita mídia e pouca ação", disse Davi Maia, que em seguida citou reportagem do secretário de Estado da Fazenda (Sefaz), George Santoro, na qual o gestor transfere toda a responsabilidade com relação a ajuda financeira para o Governo Federal.
Em aparte, o deputado Cabo Bebeto (PSL) disse que não tem visto nenhuma ação por parte do Governo, a não ser na área da saúde. "Na questão da economia não há ação, parece que esse setor não existe para o Estado", observou. Na sequência, a deputada Jó Pereira (MDB) trouxe informações de que o Hospital de Campanha, no Ginásio do Sesi, será apenas para triagem e não terá leitos de retaguarda, com o objetivo apenas de retirar do Hospital Geral do Estado (HGE) as pessoas com sintomas gripais. "Temos necessidade de atitudes nesse momento, atitudes de uma liderança que dialogue, que construa", cobrou a parlamentar. Ela citou como exemplo de falta de ação do Estado, a questão dos transportadores complementares, que estão passando por inúmeras dificuldades, sem receber o apoio do Governo.
Defesa
O deputado Silvio Camelo (PV), líder do Governo na Casa, disse que o Executivo tem envidado grandes esforços no sentido de combater o avanço da pandemia do coronavírus no Estado, mas que não tem sido fácil. "O governador Renan Filho e o secretário de Saúde, Alexandre Ayres, têm trabalhado diuturnamente para enfrentar essa crise. Os servidores públicos estão sendo pagos, os fornecedores estão sendo pagos e o Estado está adquirindo equipamentos", argumentou Camelo, acrescentando que o fechamento do comércio e da indústria é uma necessidade.
Mais adiante, destacou o embate entre o presidente Jair Bolsonaro e o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta. "O ministro mais bem avaliado do governo defende o isolamento, mas Bolsonaro insiste em, diariamente, quebrar as recomendações dos especialistas em saúde. O Brasil e o mundo não têm condições de enfrentar essa pandemia se os casos vierem a aumentar", argumentou Silvio Camelo, reconhecendo que teremos uma grave crise econômica após a pandemia.
Isolamento vertical
Durante o debate, o deputado Antônio Albuquerque (PTB) voltou a defender o isolamento vertical para minimizar os efeitos da crise econômica no Estado e no Brasil. Elogiou as medidas e adotadas pelo Governo Federal e criticou duramente o ministro da Saúde, Luiz Henrique Mandetta, considerando exageradas as atitudes do gestor da saúde no País. Albuquerque justificou seu posicionamento argumentando que as pessoas com melhor condição financeira enfrentam o isolamento sem maiores dificuldades, mas os carentes, que necessitam trabalhar diariamente para conseguir o sustento de seus familiares, a quarentena se tornou muito difícil.