Davi Maia critica declarações de Eduardo Bolsonaro sobre volta do AI-5

por Comunicação/ALE publicado 31/10/2019 19h52, última modificação 31/10/2019 19h52

A declaração do deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, a jornalista Leda Nagle, de que “se a esquerda radicalizar, a resposta pode ser via um novo AI-5”, foi o tema do pronunciamento do deputado Davi Maia (DEM) na sessão desta quinta-feira, 31, na Assembleia Legislativa. Davi ressaltou a importância de democracia e disse ter ficado triste com esta declaração.

Maia disse que, mesmo com parte da imprensa, em especial a Rede Globo, tentando fazer uma ligação do assassinato da vereadora Marielle Franco com o presidente Bolsonaro, a declaração do deputado federal beira o absurdo. “Como defensor da liberdade e do liberalismo não podemos nos calar quando a democracia é ameaçada e foi isso que Eduardo Bolsonaro fez ontem”, afirmou.

Davi Maia disse ainda que o Movimento Livre já foi acionado para levar o caso ao Conselho de Ética da Câmara. “Fiquei muito triste com a declaração, pois acredito num país melhor e sei que estamos no trilho do desenvolvimento, mas infelizmente a família deste presidente atrapalha demais. Espero que isso sirva de lição e ele não volte mais a falar neste assunto”, disse.

Em aparte, o deputado Cabo Bebeto (PSL) buscou amenizar a situação afirmando que o que a Rede Globo faz, com acusações levianas, é um caso de ameaça à segurança nacional. “Alguma coisa tem que ser feita, pois é um absurdo o que a Globo tem feito contra uma pessoa que foi eleita democraticamente pelo voto popular. Chega um momento que é preciso reagir. Conheço o deputado Eduardo Bolsonaro, que é uma pessoa bastante tranquila, mas imagino o que sua família vem passando com tudo isso”, afirmou.

Também em aparte, a deputada Cibele Moura (PSDB) criticou a declaração do filho do presidente e disse que qualquer medida terá que ser tomada baseada nos pilares da Constituição Federal. “Acredito que o presidente poderia tomar várias medidas contra que o ataque que sofreu, mas tudo dentro da democracia e da lei. Vou sempre defender uma imprensa livre, pois sem democracia viramos uma ditadura. Se a imprensa está batendo de forma errada, temos a lei para nos defender. O AI-5 não pode ser defendido por ninguém”, disse.