Davi Maia critica declarações e convoca secretária da Educação para prestar esclarecimentos

por Comunicação/ALE publicado 18/08/2020 12h20, última modificação 18/08/2020 12h45

As declarações da secretária estadual da Educação, Laura Souza, responsabilizando os professores e monitores pela falta de engajamento e consequente evasão dos alunos da rede pública estadual de ensino, foi duramente criticada pelo deputado Davi Maia (DEM) durante a sessão plenária desta terça-feira, 18. O parlamentar se disse indignado e taxou a gestora de "prepotente, arrogante e ignorante". Ele informou que está apresentando um requerimento de convocação para que secretária venha se explicar ao Parlamento. "A senhora Laura, em reunião com professores - na semana passada -, disse que o descaso que aconteceu com a Educação durante a pandemia era de responsabilidade dos professores e dos monitores. E mais, ameaçou de acabar com o contrato de todos os monitores, porque estava havendo evasão escolar", contou Maia.

Na sequência, o democrata questionou: quais são os projetos do Estado para os alunos durante a pandemia e o que o governador fez para combater a evasão escolar? "Enquanto escolas particulares se desdobravam para tentar manter as aulas em dia, o que esse governador fez?", cobrou. "No Estado do Paraná, o governador distribuiu chips para celulares, com internet, para que os alunos pudessem ter acesso às aulas; e essa senhora queria que os professores dessem um jeito na incompetência que é dela", acusou Davi Maia.

"Não é a primeira vez que essa senhora (Laura) fala alguma asneira ou alguma besteira. Nesta Casa, ela já disse que entregaria o cargo, mas não adquiria produtos do PAA (Programa de Aquisição de Alimentos)", destacou o parlamentar, explicando que está apresentando uma convocação da secretária Laura Souza.

Em aparte, os deputados Cabo Bebeto (PTC), Inácio Loiola (PDT), Silvio Camelo (PV) e as deputadas Jó Pereira (MDB) e Cibele Moura (PSDB) contribuíram com o pronunciamento de Davi Maia. Bebeto também criticou a postura da secretária de Educação e disse que ao tomar conhecimento do fato encaminhou ofício à SEE, cobrando explicações. Ele também relatou a preocupação dos monitores diante da possibilidade de ter seus contratos encerrados. O deputado Inácio Loiola relatou as dificuldades de manter contato com gestores de outras pastas, a exemplo da Secretaria de Saúde.

Já a deputada Jó Pereira corroborou com a fala de Davi Maia, lembrando que a gestora da Educação, Laura Souza, quando secretária Executiva da Educação, nunca compareceu às discussões do Plano Estadual da Educação (PEE) e observou que até o momento não apresentou nenhum plano para a retomada das aulas. "Sei da ausência de coordenação do Governo Federal, mas muitos Estados estão tomando as rédeas e planejando a retomada da Educação, do planejamento e o que vai ser feito do ano letivo de 2020", observou a parlamentar, informando que os recursos do PNAE (Programa Nacional de Alimentação Escolar) ainda não foram utilizados. "A agricultura familiar precisando desse recursos, os alunos precisando da alimentação e, infelizmente, a secretária não enxerga o que esse dinheiro pode fazer pelos alunos e pelos agricultores", criticou Jó Pereira.

Emendando a fala da colega de plenário, a deputada Cibele Moura se disse indignada com a fala da secretária Laura Souza, ao afirmar que a culpa do "apagão da Educação" é dos professores. "Sempre foi mais fácil culpar e apontar o elo mais fraco. Vários professores não têm internet de qualidade para seu uso pessoal, como transmitir uma aula remota de qualidade se não têm infraestrutura básica?", questiona Moura, destacando a falta de investimento no magistério, como melhoria de salário e de condições de trabalho. 

Defesa
Em resposta ao requerimento de convocação para a secretária Laura Souza, o líder do Governo, deputado Silvio Camelo lembrou que existe um acordo firmado entre os parlamentares para que, antes de se propor a convocação de qualquer integrante do Governo, deve ser feito um convite e se colocou à disposição para intermediar a vinda da gestora da Educação estadual ao Parlamento. "Tenho certeza que com a secretária de Educação não será diferente. É obrigação do Governo do Estado e de qualquer secretário prestar os devidos esclarecimentos e dúvidas sobre qualquer assunto que se tenha", assegurou