Davi Maia denuncia falhas nos exames do coronavírus e prática de nepotismo no Lacen

por Comunicação/ALE publicado 22/04/2020 15h30, última modificação 22/04/2020 15h57

Durante a sessão desta quarta-feira, 22, o deputado Davi Maia (DEM) informou ter recebido várias denúncias no que diz respeito ao combate ao coronavírus em Alagoas e, em especial, contra o Laboratório Central de Alagoas (Lacen), laboratório de análise clinica que está fazendo os exames da Codiv-19. Na ocasião, o deputado denunciou nepotismos no órgão, falhas nos exames para Codiv-19 no Estado e pediu para que a Comissão de Direitos Humanos da Casa apure todas as informações chegadas até ele, inclusive com oitiva de servidores e ex-servidores do Lacen. “O meu gabinete organizou todas as denúncias para entrar oficialmente com um pedido de informações e solicitação de oitiva de servidores e ex-servidores do Estado. Bem como, estamos buscando esclarecimentos de todos os setores envolvidos”, afirmou.

Davia Maia disse que o Estado tinha uma demanda reprimida no mês de março de 477 amostras de exames para serem testados. “Por falha técnica e de estrutura os funcionários do Lacen tiveram que mandar as amostras para o laboratório em Sergipe. Lá, foram feitas 235 testagens. Vejam que esses pacientes nunca entraram na lista para que as testagens fossem feitas em Maceió, pelo simples fato deles não fazerem parte de prioridade da governança”, afirmou o deputado, informando que o Estado possui uma lista de prioridades para testagem do coronavírus.

Essas listas de prioridades, que foram apresentadas pelo deputado no plenário da Casa, mostram, segundo ele, uma "politicagem existente dentro do Lacen". “Enquanto isso, pessoas comuns, que não estão na lista, contaminam outras pessoas sem saber que estão com o vírus. Tenho em mãos pelo menos três exames positivos que comprovam o que estou falando. São pessoas que demoraram de 15 a 30 dias para saber do resultado e ficaram disseminando o vírus em todo o Estado, tudo isso por ingerência política no Lacen”, alertou.

Ainda em seu pronunciamento, Davi Maia fez outra denúncia. Segundo o deputado, o equipamento do Lacen, que serve para manter a temperatura dos exames, está quebrado e, quando em funcionando, era de forma defeituosa, o que coloca em dúvida os resultados dos exames que estavam lá armazenados. “Ainda chegou ao meu conhecimento que não existiam à disposição da população alagoana nem 10% dos kits de testes anunciados pelo Governo do Estado, o que deixa em cheque os números anunciados do coronavírus”, afirmou.

Nepotismo
O deputado denunciou ainda nepotismo dentro do Lacen. “São pessoas ocupando cargos de direção não por competência técnica, mas por ligações familiares, o que é extremamente danoso à eficiência do serviço público. Lá existe uma verdadeira árvore parental. Até um funcionário que foi afastado da Secretaria de Saúde, por conta da Operação Florence, está trabalhando no Lacen ”, disse o deputado, mostrando os exemplos existentes no laboratório.

Por fim, Maia disse que irá encaminhar um documento às autoridades responsáveis com um questionário, buscando as seguintes informações: quantos exames estão sendo feitos em Alagoas diariamente? Qual o critério de prioridade para a realização dos exames da Codiv-19? Como a gestão do Lacen está lidando com a atual demanda causada pelo coronavírus? Qual a situação real dos equipamentos do Lacen? Como a direção tem atuado na gestão administrativa e técnica do laboratório?. “Também estou encaminhando essas informações para a Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa, com um pedido de oitiva de servidores atuais e exonerados do Lacen”, concluiu.

Em aparte, a deputada Jó Pereira (MDB) considerou sérias as denúncias e pediu que elas também fossem enviadas à Comissão de Saúde da Casa. “Com isso, as duas comissões poderão acompanhar, fiscalizar e apurar o que foi dito aqui. Desde o começo desta pandemia estamos falando da importância desses testes no combate ao coronavírus. Este teste precisa ser eficiente e alcançar suas finalidades”, disse.