Davi Maia rebate acusações de "fake news" e reforça denúncias contra o Lacen

por Comunicação/ALE publicado 05/05/2020 16h00, última modificação 05/05/2020 16h01

Na sessão plenária desta terça-feira, 5, o deputado Davi Maia (DEM) reforçou as denúncias contra o Laboratório Central de Alagoas (Lacen) e rebateu acusações de que estaria divulgando fake news. Para tanto, apresentou documentos que comprovariam as irregularidades praticadas dentro do laboratório como atrasos na entrega de laudos de exames para detectar o coronavírus (Covid-19), falta de kits para realização de exames e privilégios na realização dos testes. Maia voltou a cobrar o fim do nepotismo no Lacen e a publicação de uma portaria da Secretaria de Estado da Saúde (Sesau) regulamentando a fila de prioridades na realização dos testes para a Covid-19. 

"Estou aqui para restabelecer a verdade, visto que, aqueles que alegam que é fake news o que trago, não se deram ao trabalho de conhecer as denúncias que encaminhei ao Ministério Público e às três Comissões desta Casa (Direitos Humanos, Saúde e da Mulher)", argumentou Maia. O parlamentar fez um retrospecto sobre a chegada do coronavírus no Estado até a data de hoje e avaliou que o Governo de Alagoas não agiu como deveria. Destacou matéria veiculada pela Agência Alagoas, em 19 de março, informando que o Estado teria recebido 960 kits para realização de exames para Covid-19. "Com cada kit desses são feitos 23 exames, ou seja, com 960 kits poderíamos fazer 22.080 exames, coisa que não aconteceu até hoje", observou Maia, apresentando como elementos comprobatórios de suas denúncias emails da assessora técnica do Lacen, datados de 31 de março, relatando que o laboratório estaria sem kit para testar os familiares da primeira vítima por Covid-19.

"Quero que os deputados avaliem os documentos antes de propagar que são fake news. Quem está mentindo, sou eu ou o governador?", questionou Davi Maia, apresentando outras provas como fotos de reunião no Lacen, que comprovam o nepotismo no laboratório. "Tenho a foto da 'família Lacen' praticando zumba no final do expediente na sala de recepção do laboratório. Por que esse povo já não foi desligado do Lacen?".

Fazendo menção ao pronunciamento de Davi Maia, a deputada Jó Pereira (MDB) solicitou à presidência e à Mesa Diretora da Assembleia Legislativa esforços para que o Governo do Estado retire de sua agência oficial de notícias, na internet, a matéria que classifica de “fake news” a apuração realizada pelo deputado acerca de denúncias envolvendo o Lacen.

“Isso fere não só o deputado Davi Maia, mas o Parlamento como um todo. Além de legislar, um dos papéis principais da oposição e de todos os parlamentares é fiscalizar. Vossa excelência não pode, ao apurar uma denúncia, ser chamado de mentiroso ou taxado de propagador de fake news. Apurar as denúncias que nos chegam é exercer uma das atribuições primordiais do Parlamento”, destacou a deputada.

Governo
Em aparte, o líder do Governo, deputado Silvio Camelo (PV), ressaltou o papel da oposição no Legislativo, que quando é feito de forma propositiva, ajuda a mostrar onde o Executivo está errando, e enalteceu o papel de fiscalizador como prerrogativa do parlamentar, mas observou que é preciso ter cautela nas denúncias, porque pode ser induzido ao erro. "Eu creio que o senhor tenha esse cuidado, às vezes, pelo fato de ser oposição e na vontade de colaborar, traz alguns questionamentos que não são verídicos, não por culpa do deputado, mas de quem levou as informações distorcidas ou pela metade", observou Camelo.

Ele esclareceu ainda que, de acordo com a biomédica do Lacen, que prestou informações às Comissões, ficou claro que a quantidade de exames estava aumentando porque teriam sido automatizados. "Gostaria de informar a V. Exa., que afirmou neste plenário haver pagamento em duplicidade na realização de exames, que isso também não foi comprovado", garantiu Silvio Camelo.