Deputados debatem parecer sobre veto ao projeto de rateio do Fundeb
A discussão sobre o parecer nº 06/2019, que dispõe sobre veto parcial ao projeto de lei que faz o rateio das sobras do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica e de Valorização dos Profissionais da Educação (Fundeb), gerou debate no plenário da Casa durante a sessão plenária desta terça-feira, 19. A matéria teve como relator especial o deputado Marcelo Beltrão (MDB), que opinou pela derrubada do veto.
O primeiro que se posicionou sobre o assunto foi o deputado Davi Maia (DEM). Ele foi o autor da emenda vetada, que impede o Executivo de incorporar ao rateio do Fundeb qualquer tipo de desconto previdenciário. “Tenho certeza que esta Casa acompanhará o parecer do relator. Colocaremos mais R$ 8 milhões, que foram indevidamente descontados, nas mãos dos professores”, destacou Maia, parabenizando o relator pela decisão.
Marcelo Beltrão disse que opinou pela derrubada do veto com base na justificativa do Governo, que ao vetar a emenda modificativa, declarou que o Parlamento teria legislado com o intuito de invadir a competência do Executivo e discutir matéria tributária. “O que não foi o caso da emenda, aprovada por unanimidade”, disse. “O valor que está sendo discutido não foi alterado. E a discussão era sobre a incidência ou não do desconto da previdência sobre o rateio do Fundeb”, argumentou Beltrão, informando que há manifestação do Supremo Tribunal Federal (STF), de novembro de 2018, no sentido de que não haja contribuição previdenciária sobre remuneração que não será incorporada a aposentadoria do servidor.
Os deputados Francisco Tenório (PMN), Antonio Albuquerque (PTB), Tarcizo Freire (PP) e a deputada Jó Pereira (MDB) também se posicionaram sobre o tema. Para os parlamentares há, por parte da Secretaria da Educação, uma falta de planejamento na utilização dos recursos do Fundeb. “Se planejado corretamente, teria sido investido na educação durante o ano letivo”, criticou o Francisco Tenório. Para Albuquerque, as sobras dos recursos do Fundeb são uma clara demonstração de que não houve investimentos na área. “É preciso que se discuta a melhor forma de utilização desse recurso, para que não sobre. Pode parecer cômico, apesar de trágico, que num País como o nosso possamos conviver com declarações de que sobrou dinheiro em algum estado da federação”, disse.