Estagnação do setor sucroalcooleiro preocupa Galba Novaes
A estagnação do setor sucroalcooleiro no Estado e a falta de apoio e incentivo aos fornecedores de cana de açúcar foram os temas do pronunciamento do deputado Galba Novaes (PRB) durante a sessão ordinária desta terça-feira, 26. O parlamentar contou ter participado de reunião com os plantadores de cana, que lhe relataram uma série de dificuldades que o seguimento vem enfrentando. “São mais de sete mil fornecedores no Estado, 90% desse pessoal é formado por pequenos produtores, que sentem que estão sustentando as usinas, pois não estão recebendo o pagamento devido”, contou Novaes.
O deputado disse ter ficado tão impressionado com a situação que protocolou requerimento na Casa, solicitando a realização de uma sessão especial para debater o problema. A data ainda será agendada. “Contamos com a presença dos secretários da Fazenda, do Planejamento, da Agricultura e da Indústria e Comércio, e de representantes da Câmara Federal”, disse Galba Novaes, observando que as dificuldades enfrentadas pelo setor está atingindo a capital alagoana, para onde esses pequenos produtores migram em busca de novos meios de sobrevivência.
Em aparte, o deputado Bruno Toledo (PSDB) destacou a importância do tema, lembrando que o setor sucroalcooleiro é o que mais emprega e contribui para com o desenvolvimento do Estado. “Porém, graças a uma política equivocada do governo federal o setor está falido”, ressaltou o parlamentar, justificando que os usineiros não pagam a seus fornecedores por falta de recursos financeiros. “Não existe bom pagador sem dinheiro”, reforçou Toledo.
Também em aparte, o deputado João Beltrão (PRTB) declarou que a defasagem no preço da cana de açúcar é o principal motivo da crise enfrentada pelo setor. “Para se ter uma ideia, uma tonelada de cana tinha o mesmo preço de uma roda de arame, de uma arroba de cacau e de uma saca de café. A roda de arame, hoje, custa R$ 350,00; a arroba do café mais de R$ 400,00; e uma tonelada de cana R$ 60,00”, comparou o parlamentar, acrescentando que há mais de 15 anos deixou de fornecer cana-de-açúcar e arrendou suas terras para as usinas, antevendo a falência do setor.