Gasto do Governo com publicidade é tema de debate

por Comunicação/ALE publicado 07/05/2020 12h47, última modificação 07/05/2020 13h49

Os gastos com a Comunicação Social do Governo, neste momento de pandemia do coronavírus (Covid-19), voltou a ser alvo de críticas no plenário da Assembleia Legislativa durante a sessão ordinária desta quinta-feira, 7. O primeiro a se reportar sobre o assunto foi o deputado Davi Maia (DEM), que questionou novo crédito suplementar no valor de R$ 6 milhões para gastos com propaganda. Os parlamentares já haviam debatido a questão em março, quando o Executivo colocou R$ 8 milhões para a pasta, e, na semana passada, mais R$ 1,5 milhão, totalizando R$ 9,5 milhões, a serem utilizados em mídias publicitárias do Governo. "E no dia de ontem, novo remanejamento para a Comunicação, no valor de R$ 6 milhões. Já estamos em período de pandemia, com R$ 15,5 milhões remanejados para Secretaria de Comunicação e empenhados R$ 5,6 milhões", criticou o democrata.

Maia reforça dizendo que a rubrica da Comunicação é o segundo maior gasto do Executivo durante a pandemia do coronavírus. "Alguma coisa está errada. Gasta-se mais com comunicação do que com instalação e obras de hospitais, do que com EPIs, do que com equipamento hospitalar. É difícil explicar o planejamento do Estado durante a pandemia", avalia Davi Maia, cobrando ainda que a Controladoria Geral do Estado republique, no Portal da Transparência, a rubrica da compra de respiradores, que foi retirada. "É importante sabermos como estão sendo pagos os respiradores. A informação que existia era de que havia sido gasto R$ 298 mil com os equipamentos", informou.

O deputado Cabo Bebeto (PSL) também criticou a medida do Governo e disse que, ao verificar o Orçamento Geral do Estado vigente, observou que o Quadro de Detalhamento de Despesas (QDD) traz um valor de quase R$ 22,5 milhões para o orçamento da Secom. "Sendo que destes, quase R$ 19 milhões são para a promoção de planos de mídias e campanhas publicitárias", informou Bebeto, acrescentando que além desse valor o governador direcionou mais R$ 9,5 milhões desde o início da pandemia no Estado. "E agora mais R$ 6 milhões. Estamos falando em quase R$ 34 milhões em publicidade. Não é possível que achemos isso normal", argumenta o parlamentar, relatando que em meio a isso, os agentes de segurança pública estão sem EPIs, o Hospital Geral do Estado (HGE) um caos, a população desesperada e os pequenos comerciantes e autônomos necessitando de ajuda financeira. "Vimos, há algumas semanas, os governadores do nordeste reunidos com o ministro da Saúde, cobrando respiradores. Por que não pegar parte desse R$ 34 milhões direcionados a publicidade e adquirir esses respiradores?", questionou Bebeto.

Na sequência, a deputada Jó Pereira (MDB) se alinhou aos demais colegas e disse estar muito preocupada com os gastos com a Comunicação Social do Estado. No entendimento dela, é preciso analisar melhor as despesas publicitárias do Estado. "A prioridade, neste momento, é o custo com saúde, com a disponibilidade de equipamentos públicos para atender as pessoas", declarou a parlamentar.

Governo
Segundo o líder do Governo, deputado Silvio Camelo (PV), há desinformação por parte do deputado Davi Maia. Ele pediu que o mesmo fizesse uma avaliação completa sobre os gastos do Executivo no enfrentamento à pandemia. "Quando ele diz que só foi gasto em torno de R$ 300 mil com com compra de respiradores, isso é uma meia verdade", rebateu Camelo. "Quando o Governo contratualiza com os hospitais (da rede privada) os leitos de UTI, já vem equipados com respiradores", disse, esclarecendo que não é só a quantidade de respiradores que são comprados diretamente que irão compor a rede de enfrentamento à pandemia de coronavírus no Estado.

Silvio Camelo assegurou que o Governo tem investido no combate ao coronavírus, citando como exemplo a inauguração de novos hospitais no Estado. "Como veremos nos próximos dias o Hospital Metropolitano; como estamos vendo o Hospital da Mulher, que foi transformado em referência para o combate da Covid-19, nas UPAs e no Ginásio do Sesi", assegurou o líder governista, informando que cerca de 200 mil famílias estão recebendo as cestas nutricionais. "É um reforço muito grande às pessoas de baixa renda, que não podem trabalhar neste momento, isso em conjunto com o auxílio financeiro do Governo Federal", disse, reforçando a informação de que o maior gasto do Executivo durante a pandemia é com a aquisição de cestas nutricionais para as famílias de baixa renda.