Guilherme Palmeira: "A minha formação política foi feita na Assembleia"

por Comunicação/ALE publicado 04/05/2020 16h10, última modificação 04/05/2020 18h23

Matéria publicada no Jornal da Assembleia, em agosto de 2007, buscava resgatar junto a ex-governadores de Alagoas suas passagens e experiências dentro do Legislativo alagoano. Dentre os entrevistados estava Guilherme Palmeira, que exerceu três mandatos consecutivos na Assembleia (1966 - 1970 - 1974), chegando a presidir a Casa de Tavares Bastos.

De acordo com Palmeira, sua formação política deu-se no Parlamento, cuja experiência lhe garantiu a base política para manter a harmonia entre os três poderes. "A minha formação política deu-se na Assembleia. Posso dizer que aquele foi o palco, a base do meu sucesso na vida pública e política alagoana e brasileira", garantiu o ex-governador, que na época da entrevista exercia o cargo de ministro do Tribunal de Contas da União. Para Palmeira, o convívio com os parlamentares foi muito importante para manter a harmonia entre o Executivo e o Legislativo, sendo este último o termômetro de qualquer governo. Durante sua passagem pelo Parlamento alagoano, Guilherme Palmeira ocupou vários cargos nas Comissões Permanentes da Casa, foi ainda primeiro secretário e presidente da Comissão de Constituição e Justiça.

O jornalista Pedro Oliveira que foi chefe de gabinete na presidência da Assembleia Legislativa, coordenador de seu escritório na formação do governo e secretário especial encarregado da relação política, institucional e agenda durante o governo de Guilherme Palmeira relembra a personalidade e o estilo de trabalho do ex-governador. "Nunca vi um ato reticente de Guilherme. Demitiu amigos quando se desviaram de suas funções. Gostava do cheiro de povo e me pedia sempre para programar saídas suas pelo comércio ou viagens ao interior. Duro, mas cortês na relação com a Assembleia. Admirado e respeitado mesmo pelos opositores", contou o jornalista, complementando que apesar de afastados das funções públicas, a amizade entre os dois se solidificou mais ainda. "Guilherme não foi apenas um ser humano extraordinário, foi um símbolo da dignidade do homem público. Na semana passada estive com ele. Foi uma dolorosa despedida. Conversou, sorriu e brincamos com nossas lembranças. Era o meu adeus ao amigo mais querido", declarou Pedro Oliveira.