Homenagens aos 40 anos do MST geram debate no plenário

por Comunicação/ALE publicado 29/02/2024 18h06, última modificação 29/02/2024 18h06

Os 40 anos de fundação do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) e as homenagens que o movimento tem recebido em todo o Brasil desde 22 de janeiro deste ano geraram debate entre os deputados Cabo Bebeto (PL) e Ronaldo Medeiros (PT).

O primeiro acusou o movimento social de cometer crimes em todo o território brasileiro. "Foi criado na época com o falso pretexto de lutar pela terra, pela reforma agrária e por uma sociedade sem explorados e sem exploradores. Mas o que se tem é um movimento que não respeita a propriedade privada, que destrói a agricultura, abusa dos mais humildes, explorando-os e usando-os como massa de manobra", acusou Cabo Bebeto.

Listando uma série de invasões promovidas pelo MST ao longo das décadas em fazendas, supermercados e sedes como a do Incra, o parlamentar do PL criticou o fato de a CPI do MST no Senado ter terminado sem um relatório e repudiou também a sessão especial que será realizada nesta sexta-feira, 29, em homenagem ao MST, no plenário da Casa.

Homenagem
Proponente da homenagem, o deputado Ronaldo Medeiros criticou as palavras do pronunciamento de Cabo Bebeto. "O MST é o maior movimento social do Brasil, um dos maiores do mundo, é o maior produtor de arroz orgânico das Américas, um movimento que com muita garra luta contra a pobreza e tem o direito de plantar, ter dignidade e escola decente para seus filhos", iniciou o petista.

Medeiros afirmou que não apoiar o MST é ser contra os pobres. "Durante a pandemia, os trabalhadores sem terra distribuíram alimentos de graça, sem fazer cobranças", lembrou o parlamentar, afirmando que os membros também se engajaram para defender a vacinação contra a Covid-19. "Defendemos que haja no Brasil uma reforma agrária, que se garanta a terra para quem quer e quem precisa trabalhar", continuou Medeiros, lembrando que seus membros não querem apenas sobreviver, mas viver com dignidade.

O deputado encerrou sua fala fazendo um convite ao colega: "Eu posso levar Vossa Excelência a qualquer acampamento e será muito bem recebido, em qualquer um", disse Medeiros. "Vossa Excelência escolhe o dia, nós saímos daqui e vamos encontrar lá homens e mulheres de bem, trabalhadores e trabalhadoras."