Inácio Loiola destaca passagem do Dia da Caatinga e lamenta falta de investimentos na região
O Dia Nacional do Bioma Caatinga, comemorado nesta quarta-feira, 28, foi tema do pronunciamento do deputado Inácio Loiola (PDT). O parlamentar, que é um estudioso do assunto, voltou a manifestar preocupação com a degradação a que vem sendo submetido o ecossistema, encontrado exclusivamente no Nordeste brasileiro. A caatinga é uma região que apresenta irregularidades pluviométricas, ocupando uma área de aproximadamente 800 mil km quadrados, o correspondente a 70% da área territorial do Nordeste e aproximadamente de 11% a 12% da área nacional. “Temos nesse bioma 132 espécies de plantas, 148 espécies de mamíferos e 510 espécies de aves. O mais grave é que 92% da área da caatinga já foi desmatada e praticamente 60% já está em processo de desertificação”, destaca Loiola, observando que esse processo de desertificação pode trazer prejuízos em torno de R$ 15 bilhões.
“Apesar de ser a região que menos chove, é a que tem mais água perene em Alagoas, pois temos o rio São Francisco e o canal do Sertão. A caatinga é responsável por 70% do potencial hídrico do Nordeste, sendo responsável por 95% da energia gerada pela Companhia Hidrelétrica de São Francisco (Chesf)”, informou Inácio Loiola, ressaltando que a região é dotada de grandes potencialidades para o aproveitamento da energia solar e eólica. No entanto, de acordo com o deputado, Alagoas é o único estado do Nordeste que não possui um parque de energia eólica. “Todos os demais estados do Nordeste já estão aproveitando esse potencial do vento. Temos estudos no município de Mata Grande, no Sertão de Alagoas, na região da Serra do Parafuso”, contou Inácio Loiola, acrescentando que uma empresa interessada em se instalar no Estado já havia procurado o Iteral (Instituto de Terras de Alagoas), mas ainda não se implantou devido a falta de incentivos.
A deputada Jó Pereira (MDB) parabenizou o colega de plenário pelo tema e reforçou seu posicionamento, ressaltando a importância do semiárido alagoano e da caatinga e lamentando que sua diversidade vem sendo subestimada. “Vossa excelência destaca nessa Casa a potencialidade do semiárido e tem razão quando aponta as alternativas energéticas, mas o Governo do Estado, infelizmente, está longe e atrasado nessa agenda”, destacou a parlamentar.
Ainda em aparte, o deputado Davi Maia (DEM) ressaltou a importância do discurso de Loiola. Ele lembrou que o Parlamento conseguiu alocar recursos no Orçamento do Estado para recuperação de áreas degradadas, mas até o momento nada foi investido. “Não está sendo aplicado nem um real na região”, disse.
Na sequência, o deputado Ricardo Nezinho (MDB) elogiou Inácio Loiola por trazer novamente o tema ao plenário, como profundo conhecedor que é, do Sertão e da história do Canal do Sertão e do rio São Francisco. "O bioma do nosso Sertão alagoano realmente é rico, podemos desenvolver tantas grandezas naquela região”, disse o parlamentar, citando como exemplo outras fontes de economia desenvolvidas no semiárido alagoano, como o gado leiteiro.