Inácio Loiola lembra passagem do centenário de morte de Delmiro Gouveia

por Comunicação/ALE publicado 10/10/2017 18h35, última modificação 10/10/2017 18h37

O deputado Inácio Loiola (PSB) usou a tribuna da Assembleia Legislativa, nesta terça-feira, 10, para lembrar o centenário de morte de Delmiro Gouveia, ocorrido no último dia 4 de outubro. “O maior empreendedor do Nordeste brasileiro, em especial do sertão alagoano. Delmiro se instalou num pedaço de chão geograficamente estratégico: próximo às divisas da Bahia, de Pernambuco e de Sergipe”, destacou.

Em seu pronunciamento, Inácio disse que Delmiro tinha uma vocação empreendedora e que o Alto Sertão alagoano cresceu e se desenvolveu a ponto de abrir oportunidades e oferecer melhores condições de vida ao povo sertanejo, mas, ao mesmo tempo, chamou a atenção de grupos industriais internacionais para a competitividade de seus produtos têxteis e o crescimento exponencial da região sertaneja, tanto que recebeu inúmeras propostas para a venda de sua indústria: a Fábrica da Pedra. “Delmiro Gouveia era um homem visionário, que gostava de conhecer e investir em projetos ousados que rendessem bons negócios”, disse.

O deputado lembrou que Delmiro, mesmo sendo cearense, foi em Alagoas que ele mostrou ao mundo a sua capacidade e o seu arrojo ao investir em uma região inda desprovida de infraestrutura. “Na época, a estrutura da região era muito precária, sem abastecimento de água, com a presença de apenas uma estação da ferrovia de Paulo Afonso e de algumas casas de taipa. Sua passagem por Alagoas teve início em 1903, com a compra da Fazenda Pedra e atuação no comércio de couros de cabra e de bode. Com recursos e diante do potencial energético da Cachoeira de Paulo Afonso, iniciou a construção da primeira hidrelétrica do Brasil, que foi a usina Angiquinho”, disse.

Inácio Loiola destacou ainda que Delmiro Gouveia viabilizou a construção de uma vila operária, escolas, estradas e o fornecimento gratuito de água e energia para a região do Povoado Pedra. Em 1914, ele construiu a Fábrica da Pedra para a produção de fios e linhas de costura, que utilizava a energia da usina Angiquinho e empregava dois mil operários. “A expansão da Fábrica da Pedra trouxe benefícios diretos para o campo, pois a alta demanda da matéria-prima do algodão levou a cultura e espalhar-se na região melhorando as condições dos produtores e agricultores”, explicou.

Em aparte, os deputados Gilvan Barros Filho (PSDB) destacou a visão empreendedora de Delmiro Gouveia que levou o desenvolvimento para toda região do sertão alagoano e lamentou o fechamento da Fábrica da Pedra. Também em aparte, o deputado Rodrigo Cunha (PSDB) relatou a importância histórica da vida de Delmiro Gouveia e pediu que a Assembleia Legislativa se debruçasse sobre os motivos do fechamento da Fábrica da Pedra. Já o deputado Sérgio Toledo (PSC) lembrou das dificuldades passadas por Delmiro Gouveia à época ressaltando a concorrência com os ingleses no negócios têxteis.