Laudo apontando que instabilidade no Pinheiro é proveniente da extração de sal-gema é debatido em plenário

por Comunicação/ALE publicado 08/05/2019 18h30, última modificação 08/05/2019 22h59

A revelação de que a extração do sal-gema pela Braskem é a principal causa da instabilidade do solo nos bairros Pinheiro, Mutange e Bebedouro, em Maceió, foi amplamente discutida durante a sessão ordinária desta quarta-feira, 8. O laudo conclusivo dos técnicos do Serviço Geológico do Brasil foi divulgado durante audiência pública realizada na manhã de hoje, no auditório da Justiça Federal. O primeiro a se pronunciar sobre o tema foi o deputado Silvio Camelo (PV), que participou do encontro. Agora, de posse do laudo, o parlamentar disse que é preciso a união de todos os envolvidos para encontrar uma solução concreta para o problema.

“Acho que deve haver um empenho do Governo do Estado, da Prefeitura de Maceió e de outros órgãos para apuração das responsabilidades. O Ministério Público (Federal e Estadual) também está atuando para que tenhamos uma maneira de tentar solucionar esse grave problema”, declarou Silvio Camelo, acrescentando que não vai ser fácil para os órgãos envolvidos traçar um plano de ação para equacionar a questão. “Principalmente para os moradores. Muitas pessoas adoeceram e temos que ter muita união nesta Casa para cobrarmos uma solução”, observou o deputado.

Em aparte, o deputado Davi Maia (DEM) disse que está muito feliz com a conclusão dos estudos no bairro Pinheiro, mas ao mesmo tempo preocupado com o por vir. “Agora que começou a peregrinação, verdadeiramente. Lógico que as pessoas estão mais acalentadas porque já sabem quem são os responsáveis – a Braskem, Prefeitura de Maceió, o Governo do Estado –, mas acho que esta Casa tem por obrigação, já que a comissão (de acompanhamento do bairro Pinheiro) foi criada, participar do desenrolar dos acontecimentos”, disse Maia.

Para a deputada Fátima Canuto (PRTB), que também participou da audiência pública, a divulgação do laudo é apenas o começo e que todos devem ficar atentos para o que vai acontecer daqui pra frente. “Cabe a nós, como parlamentares, acompanharmos o novo mapa que ficou de ser elaborado para limitar as áreas de riscos do Pinheiro e adjacências. Esse novo mapa é que vai definir as ações que serão feitas”, observou Canuto.

Por outro lado, o deputado Dudu Ronalsa observou que a partir da divulgação do laudo apontando a Braskem como a principal responsável pelos problemas no Pinheiro, cabe ao Parlamento buscar informações sobre as demais áreas de atuação da empresa. “E saber se os outros bairros onde a Braskem opera também correm o mesmo risco”, ressaltou o parlamentar.

O deputado Francisco Tenório sugeriu que, uma vez o laudo apontando que a instabilidade no solo se dá em função da extração do sal-gema, por meio da Braskem, os entes envolvidos devem buscar entendimento, no sentido de se indenizar as questões materiais dos moradores prejudicados. “Que se indenizem essas pessoas para que elas, com o dinheiro em mãos, fiquem livres para escolher o local onde querem morar. E que as casas indenizadas sejam demolidas e no local seja feita uma reserva florestal”, sugeriu Tenório, no que foi seguido pelo deputado Antonio Albuquerque. Este fez um desabafo, dizendo que muito já se falou sobre a questão, mas que até o momento nenhuma ação concreta foi tomada. Na opinião de Albuquerque, ao contrário do que se fala, não apenas o bairro Pinheiro e adjacências seriam prejudicados, caso venha ocorrer um afundamento de grandes proporções, mas toda a capital alagoana. “Nenhuma ação objetiva foi tomada até agora. É preciso que os Poderes adotem as providências imediatamente, de forma objetiva e prática”, disse.