Parlamentares debatem políticas públicas e inclusão no Dia Mundial de Conscientização do Autismo

O Dia Mundial de Conscientização do Autismo, celebrado neste 2 de abril, foi amplamente debatido durante a sessão ordinária desta quarta-feira. Primeira a se pronunciar sobre o tema, a deputada Rose Davino (PP) destacou a importância do esporte no desenvolvimento físico, social e emocional do autista. Ela citou como exemplo o “Salto Azul”, projeto que tem por finalidade a conscientização e inclusão do autismo.

Rose Davino afirmou que, apesar da existência de muitos projetos, inclusive aprovados pelo Parlamento alagoano, há três pontos a serem considerados dentro da política pública voltada ao público autista. “Primeiro, a questão dos cuidadores, que são as mães atípicas que precisam dessa rede de apoio”, informou Rose Davino, pontuando ainda como ações necessárias a capacitação de profissionais e a difusão de informações à sociedade sobre o que é o TEA.

Em apartes, os deputados Inácio Loiola (MDB) e Ângela Garrote (PP) parabenizaram Davino pelo pronunciamento e por sua defesa da causa do autismo. “A sociedade precisa se conscientizar e se preocupar com essa população. Segundo a Organização Mundial da Saúde, em torno de 1% da população mundial é acometida pelo TEA. Precisamos investir em pesquisas científicas e políticas públicas”, disse o parlamentar.

Na sequência, a deputada Ângela Garrote lembrou a atuação do ex-deputado Léo Loureiro, um dos grandes defensores de políticas públicas voltadas à população TEA. “Tenho certeza de que todos os deputados que compõem esta Casa vão empunhar a bandeira e fazer valer, junto com o Governo do Estado, as ações em prol dos autistas”, disse.

Também destacando a passagem do Dia Mundial de Conscientização do Autismo, o deputado Mesaque Padilha (União Brasil) ressaltou a importância da inclusão e do respeito aos autistas. “Nosso papel é garantir que as pessoas autistas tenham as mesmas oportunidades e direitos de qualquer outra pessoa. Como deputado, minha missão é trabalhar políticas públicas que promovam a inclusão, o acesso à educação, à saúde e à oportunidade de emprego para essas pessoas.”

Mesaque disse ainda que apresentou, na Assembleia Legislativa, dois projetos de lei sobre o tema e que um deles solicita que o Governo do Estado priorize as mães das crianças com autismo nos programas habitacionais. “Peço aqui a união para apoiar e promover um ambiente inclusivo e respeitoso para essas pessoas. Particularmente, tenho um trabalho de apoio a alguns institutos que atuam com esse foco. Vamos juntos mudar a realidade dessas pessoas. Quero, por fim, parabenizar todas as mães atípicas, que têm dedicado seu tempo para cuidar de seus filhos, muitas vezes discriminadas nas empresas quando procuram emprego”, afirmou.

Já a deputada Cibele Moura (MDB), além de elogiar o pronunciamento de Rose Davino e dizer ser testemunha de sua luta pelas crianças com autismo, informou aos colegas sobre a audiência pública da qual participou na Câmara de Vereadores de Maceió, abordando a nova regulamentação dos profissionais que acompanham as crianças dentro da sala de aula. "Tratávamos sobre uma nova resolução da Secretaria Municipal de Educação, que prevê mais de uma criança sendo atendida por um único profissional, o que é um erro", disse ela, repudiando fortemente a mudança, pois uma criança com autismo precisa de acompanhamento exclusivo.

"Hoje, nas redes sociais, temos várias mensagens floreadas e falas bonitas sobre o autismo, mas a realidade em Maceió é a que eu vi naquela audiência. São várias mães que não conseguem colocar seus filhos dentro da sala de aula, porque não recebem o apoio necessário do poder público. São vários pais que não conseguem garantir a seus filhos as terapias a que têm direito. São várias famílias que olham para suas crianças e não têm acesso clínico", elencou a deputada, reforçando também um olhar diferenciado para as mães e os pais das crianças autistas.

Estampido
Por fim, a deputada Cibele Moura lembrou que a Assembleia aprovou uma lei, de sua autoria, que proíbe, a partir de 15 de janeiro de 2026, a comercialização e o uso de fogos de artifício com estampido. "Agora peço a ajuda dos nobres colegas para a aprovação do Código de Defesa do Autista Alagoano, que garante capacitação para os profissionais da saúde e da educação, buscando sempre profissionais qualificados para cuidar dos autistas", encerrou a parlamentar, lembrando que a luta no Brasil por essa causa ainda tem um longo caminho a percorrer.