Pastor João Luiz classifica como "vergonhosa e humilhante" a situação na saúde pública

por Comunicação/ALE publicado 17/02/2016 19h15, última modificação 17/02/2016 21h11

Recorrente no plenário da Assembleia Legislativa, a grave crise na saúde pública alagoana foi alvo de debate na primeira sessão ordinária da segunda Sessão Legislativa, da 18ª Legislatura, da Casa de Tavares Bastos, realizada nesta quarta-feira, 17. O tema foi abordado pelo deputado Pastor João Luiz (DEM), que, indignado, classificou a situação como vergonhosa e humilhante. “O que é que vai ser feito da saúde nesse Estado. Faz três meses que um hospital da Capital se recusa a realizar uma cirurgia infantil, porque não recebe (os repasses do governo federal)”, informou João Luiz.

Durante o pronunciamento, o deputado relata matéria veiculada na imprensa dando conta que, devido a falta de recursos, o mesmo hospital está deixando de realizar cerca de 160 intervenções cirúrgicas por mês. “Estamos com o Estado e o Brasil parados. O SUS (Sistema Único de Saúde) é uma vergonha nacional; as cirurgias eletivas estão proibidas. É uma novela de terror. É humilhante uma pessoa só conseguir atendimento médico se passar por um vereador ou deputado. Mais humilhante ainda, que deveria ter um voto de repúdio dessa Casa, é o ser humano no estado terminal de vida ter que ir às rádios fazendo ‘vaquinha’ para pagar cirurgia, para comprar medicamentos ou comprar fraldas”, disse. “Quero deixar aqui minha indignação, pois no mesmo país onde milhares de pessoas têm dinheiro em paraísos fiscais nós temos doentes fazendo ‘vaquinha’ para não morrer em cima de uma cama. Nojo seria a palavra certa”, completa o democrata.

Em aparte, os deputados Léo Loureiro (PPL) e Ronaldo Medeiros (PT) se associaram ao pronunciamento de João Luiz. Medeiros reforçou que o caos não está apenas na saúde pública, mas atinge também as pessoas que dependem de planos de saúde. “O sistema público de saúde está em crise há vários anos, mas os planos de saúde também estão um caos. É impossível se conseguir uma consulta para algumas especialidades. A maioria dos médicos não querem mais atender pelos planos de saúde”, observou o petista, acrescentando que há uma crise generalizada na saúde, no Brasil.

0800
Ao final do pronunciamento, o deputado Pastor João Luiz apelou ao Ministério Público que encampasse “uma luta” contra as empresas que operam através dos telefones 0800, que deixam os clientes esperando por tempo indeterminado sem que sejam atendidos. “É uma molecagem o que fazem essas empresas. Peço ao MP que levante uma batalha contra essas empresas para desfazer essa mentira que se criou no Brasil”, apelou o democrata.