Processo de privatização da Eletrobras é criticado por Inácio Loiola
A privatização da Eletrobras e os danos que a medida pode causar ao setor elétrico brasileiro, foram tema do pronunciamento do deputado Inácio Loiola (PSB) durante a sessão ordinária desta terça-feira, 5. O parlamentar observa que a venda da estatal “vai desmontar o modelo elétrico brasileiro” e promoverá o encarecimento das tarifas de energia elétrica. “Estou muito preocupado com essa decisão do Governo Federal. A Eletrobras é a maior empresa do setor elétrico que nós temos na America Latina. Com uma tecnologia de ponta, sendo um setor extremamente estratégico para o desenvolvimento do Brasil”, destacou Loiola.
A privatização da Eletrobras faz parte do pacote de privatização promovido pelo Governo Federal que pretende vender 57 bens estatais, entre as quais estão portos, rodovias, aeroportos e a Casa da Moeda. Com isso, o Governo de Michel temer prevê investimentos na ordem de R$ 44 bilhões até o fim de 2018.
Durante o pronunciamento, o deputado observou que de todas as empresas vinculadas a Eletrobras, sua maior preocupação é com a privatização da Chesf (Companhia Hidrelétrica do São Francisco). Ao contextualizar o processo de criação da Chesf, que teve como precursor Delmiro Gouveia, Loiola lembrou que a empresa foi fundada em 1948, durante o governo de Getúlio Vargas e constituída durante o governo de Eurico Gaspar Dutra. “A Chesf foi a primeira estatal federal e o primeiro grande empreendimento governamental do setor elétrico nacional”, informou Inácio Loiola, acrescentando que, desde os anos 50, são inúmeras referências aos feitos marcantes da Chesf, como a construção e a entrada em operação das usinas que compõem o complexo de usinas de Paulo Afonso, Sobradinho, Itaparica e Xingó.
“A nossa preocupação é que a Eletrobras está sendo ofertada por R$ 20 bilhões. Ao longo desses últimos anos para estruturar, dotar essa região, só em relação a Chesf, foi investido em torno de R$ 81 bilhões com as hidrelétricas de Paulo Afonso, a de Itaparica, a de Sobradinho e a de Xingó, que ficam entre os estados de Alagoas e de Sergipe”, contou Loiola, questionando o baixo preço da estatal.
Em aparte, os deputados Rodrigo Cunha e Gilvan Barros Filho (ambos do PSDB) se posicionaram sobre o assunto. “Nós sabemos também o poder de desenvolvimento da Chesf, que transforma a realidade de várias cidades ao seu entorno em todo o Nordeste. Os grandes investimentos que foram feitos de 2007 para cá somam mais de R$ 6 bilhões”, observou Cunha, complementando que a empresa não pode ser tratada como uma mera mercadoria.
Já o deputado Gilvan Filho é de opinião que o presidente (Michel) Temer vem cometendo vários erros, com o intuito, segundo ele, de “sanar os buracos deixados na economia durante os 13 anos de Governo do PT”. “Ao tentar estabilizar a economia vem cometendo graves erros, como esse de vender a preço de nada uma empresa como a Eletrobrás”, criticou o parlamentar. “Não podemos vender uma empresa a preço de banana simplesmente para enfrentar uma crise. Temos outros meios de enfrentar essa situação”, completou.