Servidor da ALE contribui para preservação da memória histórica de Alagoas

por Comunicação/ALE publicado 14/07/2015 17h09, última modificação 14/07/2015 17h09

Visando dar sua contribuição para a preservação da memória histórica, artística e cultural do Estado, o funcionário do quadro efetivo da Assembleia Legislativa, Jamerson Albuquerque trabalha como pesquisador do livro “ABC das Alagoas”, que é um dicionário biobibliográfico, histórico e geográfico de Alagoas. Servidor da Casa de Tavares Bastos há 33 anos, no cargo de assistente legislativo, lotado no setor de protocolo da Casa, Jamerson conta suas experiências e satisfação em participar de um projeto exclusivo, que consiste em garimpar informações sobre alagoanos que contribuíram para o desenvolvimento do Estado através da cultura, das artes, da música, da política e nas mais diversas áreas.

“Entrei nesse projeto, como pesquisador, a partir de 2013, através de minha esposa, Gisela Albuquerque, que trabalha no projeto há 10 anos”, contou Jamerson Albuquerque, informando que o “ABC das Alagoas” teve sua primeira edição lançada em 2005, reunindo em torno de seis mil e trezentos verbetes. Ele acrescenta que o projeto conta ainda com a participação de outro pesquisador: Filemont Bernardes, que trabalha desde o início com o autor do livro.

De autoria de Francisco Reynaldo Amorim de Barros, o livro “ABC das Alagoas” ganhará sua segunda edição ainda este ano. De acordo com Jamerson Albuquerque, nesta nova etapa do projeto, que é pioneiro no Brasil, o dicionário contará com aproximadamente 10 mil verbetes – totalmente revisados – distribuídos em quatro exemplares, e está sendo impresso pela gráfica do Senado Federal. O lançamento será realizado na 7ª Bienal Internacional do Livro de Alagoas, em novembro.

“O ABC abrange todas as áreas de conhecimento. Reúne todos os alagoanos que publicaram alguma coisa no mundo; seja nas artes, na música, na cultura, na política, artesãos... Vale salientar que o único estado que tem essa obra é Alagoas”, contou o pesquisador, acrescentando que a pesquisa se dá através da Plataforma Lattes, redes sociais, Internet, Instituto Histórico e Geográfico de Alagoas, Biblioteca Pública Estadual, entre outros. “É um trabalho de formiguinha. Quando reunimos todas as informações, elas são checadas e incluídas na boneca (esboço)”, disse ele, informando que cópia da primeira edição foi distribuída para todas as bibliotecas públicas dos 102 municípios alagoanos.

“Esse trabalho é interminável, porque a todo momento tem gente produzindo, recebendo prêmios lá fora. Mas é muito prazeroso. Aqui tem alagoanos que muita gente nem conhece. Onde chegamos as pessoas se admiram com essa obra”, disse Albuquerque. “Você tomar conhecimento de alagoanos que estão se destacando lá fora, levando o nome de Alagoas pro mundo, a exemplo de cientistas, biofísicos... Temos alagoano até na Nasa (National Aeronautics and Space Administration), a exemplo do Dr. Alberto Elfes, que é escritor, cientista, engenheiro eletrônico”, contou orgulhoso.

Sobre a Engenharia

O ABC das Alagoas registra ainda, nomes de alagoanos que viveram na segunda metade do século XIX e realizaram feitos que engrandeceram a história do Estado; a exemplo de Marcos Evangelista da Costa Villela Júnior, natural de Pão de Açúcar, que em 1917 ganhou destaque nacional com a construção de seu primeiro avião:um monoplano feito com materiais nacionais, o qual denominou “Aribu”. No ano seguinte, Villela Júnior, que era tenente do Exército brasileiro, construiu um novo aparelho: o Alagoas, o qual apresentou às autoridades militares e à imprensa, realizando um voo de demonstração no Campo dos Afonsos. O avião elevou-se a cerca de 800 metros de altura e voou suavemente.  

O dicionário biobibliográfico resgata ainda a experiência pioneira de um nordestino, alagoano da cidade Pão de Açúcar, Argemiro Augusto da Silva. Ele era mecânico e considerado um prodígio em matéria de eletricidade. Em 1887, utilizando de materiais locais e longe dos grandes centros científicos da época, Argemiro foi um dos pioneiros da criação da lâmpada elétrica: a lâmpada alagoana.  De acordo com a Revista do Instituto Arqueológico e Geográfico Alagoano, de 1924, Argemiro Augusto da Silva já conhecia os segredos da iluminação elétrica, antes de (Thomas Alva) Edson.

“E ninguém conhece. Então o objetivo desse livro é resgatar esse povo, preservar ao longo do tempo os nomes dessas pessoas que contribuíram para o desenvolvimento do nosso Estado”, reforçou Jamerson Albuquerque.

Destaque no futebol

Ele ainda acrescenta que a próxima edição do ABC das Alagoas incluirá nomes como dos jogadores: Edvaldo Alves de Santa Rosa, também conhecido como Dida, titular da Seleção Brasileira, campeã do Mundo em 1958; Nelson de Jesus da Silva, o Dida, goleiro titular da Seleção Brasileira, campeão do Mundo em 2002; e Júlio dos Santos Ângelo, mais conhecido como Pêu, que jogando pelo Flamengo do Rio de Janeiro ajudou o time a conquistar 3 títulos da Taça Guanabara, o Campeonato Carioca de 1981, o Campeonato Brasileiro de 1982, além da Copa Libertadores e o Mundial de Clubes de 1981.