Sessão aborda o trabalho invisível das mulheres no lar

por Comunicação/ALE publicado 13/05/2024 11h33, última modificação 13/05/2024 11h33

Cuidar de alguém, seja uma criança, seja um idoso, seja de uma pessoa doente, ou seja do lar, é um trabalho e merece ser visto e reconhecido como tal. Neste sentido, atendendo a uma solicitação da deputada Gabi Gonçalves (PP), a Assembleia Legislativa de Alagoas realizou nesta segunda-feira, 13, uma sessão especial com o tema "A invisibilidade do trabalho no lar". De acordo com a deputada, o objetivo foi o de debater aquele trabalho responsável por 8,5% do Produto Interno Bruto (PIB) do nosso País, um trabalho invisível feminino, um trabalho quase profissionalizado, mas não remunerado.

Gabi Gonçalves destacou que esse trabalho vai além das tarefas rotineiras, envolvendo cuidar da casa, da família, da alimentação, da limpeza, o zelo com crianças, idosos, pessoas doentes ou com necessidades especiais, como se fosse responsabilidade inerente da mulher. Ela disse ainda que a sessão serviu, principalmente, para levar essas experiências para fora de casa e ouvir as vozes das mulheres alagoanas que desenvolvem esse trabalho, para que assim se possa promover a economia do cuidado e planejar ações que tragam mudanças reais.

“Por isso, destaco a minha mais profunda admiração a todas as mães que estão aqui. O trabalho no lar é o alicerce sobre o qual nossa comunidade é construída. É através de cada uma que outros conseguem estudar, trabalhar e viver. Sacrificar toda a sua vida sem esperar nada em troca, coloca nós, mulheres, nos níveis mais altos de estresse, ansiedade e depressão, segundo diversos estudos. Juntas precisamos construir políticas públicas com a economia do cuidado, que promovam ações como a licença parental remunerada, o acesso a creches e serviços de cuidado infantil acessíveis, mas principalmente incentivar a redistribuição igualitária das responsabilidades domésticas entre gêneros e entre os membros da família”, destaca Gabi.

A deputada Carla Dantas (MDB) ressaltou que a sessão promoveu um debate construtivo em relação ao cuidado da saúde materna e mostrou a conscientização desse trabalho invisível das mães. “A invisibilidade do trabalho doméstico é comum em todas as famílias, independente de classe social. É um assunto que precisa ser debatido. Tivemos a oportunidade de escutar mulheres com situações particulares diferentes. São momentos como esse aqui que contribuem para que nós, parlamentares, possamos entender as necessidades dessas mulheres e ajudar na construção de políticas públicas para elas”.

A representante da Campanha Onda Maio Furta Cor, Bruna Diniz, informou que a campanha busca dar visibilidade à importância da saúde mental materna. “Neste mês de maio percebemos toda uma celebração por conta do Dia das Mães, mas muitas vezes questões importantes como o bem-estar da mulher são invisíveis. Vamos discutir mais a economia do cuidado e toda a sociedade precisa se comprometer com isso”, conclamou.

A fundadora do Grupo Mamãe Empreender, Vanessa Lins, explicou que o grupo foi criado devido as fragilidades, necessidades e falta de apoio do poder público às mães que trabalham no lar. “As mulheres assumiram esse papel ao longo dos tempos. É um trabalho invisível para a maioria da sociedade. Além de sermos mães, somos donas de casa e esposas. Precisamos nos juntar e nos fortalecermos. O Mamãe Empreende busca fomentar o trabalho dessas mães, porque além de cuidar da família elas precisam também levar o sustento para dentro de casa. A ideia é uma fortalecer a outra”, afirmou.

A representante do grupo de Famílias Atípicas Empreendedoras, Luana Rodrigues, lembrou que as mães têm essa dualidade: vida pessoal e no trabalho. “Essa audiência foi bastante importante para mostrarmos a dificuldade dessas mães, que fazem parte de famílias atípicas, na relação trabalho e cuidado com o lar e com seus filhos. As pessoas não notam nosso trabalho, temos que agir como mães e empreendedoras comuns, tendo a sobrecarga de filhos atípicos - com uma demanda alta de terapias -, entre outras coisas. Por isso precisamos urgentemente de uma rede de apoio, onde essas mães possam buscar cuidados também para si, já que esse trabalho é vitalício, já que não paramos nunca dentro de casa e isso termina abalando mentalmente a todas”, finalizou Luana.