Sessão especial busca alternativas de combate às drogas e à violência

por Comunicação/ALE publicado 12/04/2019 13h44, última modificação 12/04/2019 13h44

Atendendo a um requerimento do deputado Ricardo Nezinho (MDB), a Assembleia Legislativa realizou nesta sexta-feira, 12, uma sessão especial com o tema: “Drogas e Violência”. O parlamentar explicou que o encontro foi importante devido às presenças de todos os atores envolvidos no Estado e nomeou uma comissão, formada pelo diácono Ademar Paiva, pela representante das comunidades terapêuticas, Rudneide Pereira Melo, pela presidente do Fórum Permanente de Combate às Drogas, Noélia Costa; e pelas psicólogas, Elisangela Palmeira e Juliana Gomes, para que nos próximos 15 dias, elaborem um documento com os problemas e as soluções debatidas na sessão, a fim de ser enviado aos órgãos e poderes competentes.

Ricardo Nezinho destacou que as drogas são um dos principais fatores que resultam no crescimento da violência e da criminalidade no País. “A dependência química altera o organismo e, consequentemente, as mudanças de hábito e comportamento, levando, geralmente, a certo nível de agressividade. Já foi comprovado, por meio de pesquisa, que a droga está, sim, relacionada com a violência. É um problema que está afligindo todas as classes e atingindo todo mundo, um mal que tem levado à desagregação familiar e à morte de jovens”, disse.  

A presidente do Fórum Permanente de Combate às Drogas, Noélia Costa, que trabalha há 12 anos com o tema, falou da importância da Assembleia Legislativa discutir o assunto e disse que as pessoas estão morrendo em todo o mundo devido ao avanço das drogas. “Precisamos chamar a sociedade e o poder público para falar sobre o tema. O assunto é bastante intenso, onde se trabalha o tratamento, a prevenção, a repressão, ou seja, vários vieses, que precisam ser colocados de maneira que as pessoas entendam desde como é feita a prevenção até a repressão. É preciso unir forças, todos estão sendo atingidos”, afirmou

A coordenadora do Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (Proerd), coronel Valdenize Ferreira, explicou que o programa executado pela Polícia Militar de Alagoas existe há 17 anos e já conta com mais de 300 mil crianças formadas. “O nosso objetivo é aproximar o policial militar das comunidades, indo nas escolas e instituições de uma forma geral, realizando palestras e cursos de prevenção às drogas. É um programa que trabalha com o social e o lúdico, fazendo com que a criança saiba tomar a decisão de ter uma vida saudável”, explicou. Valdenize Ferreira apresentou na Assembleia Legislativa o trabalho desenvolvido pelo programa, dizendo que o Proerd capacita os policiais para atuar como multiplicadores.

O Arcebispo da Arquidiocese de Penedo, Dom Valério Breda, falou da importância das comunidades terapêuticas no tratamento dos dependentes químicos em Alagoas e da prevenção e combate permanentes às drogas. “A droga trás violência e principalmente o colapso moral para a sociedade. Neste sentido, as comunidades de recuperação dos dependentes químicos têm a missão de recuperar as pessoas, que voltam a ter suas identidades. A partir disso, é preciso que o sujeito comece a se auto defender, porque a droga é um vício, que cria uma enorme dependência. Portanto, é preciso trabalhar na base, na esperança e na consciência das pessoas, de forma permanente”, disse.  

A secretária de Prevenção à Violência (Seprev), Esvalda Bittencourt, falou das políticas que o Estado de Alagoas vem desenvolvendo no combate às drogas. “Estamos com ações permanentes e pontuais nas instituições de ensino e no seu entorno, com objetivo de evitar o álcool e outras drogas. Temos ainda três centros de acolhimentos em Maceió, Arapiraca e Santana do Ipanema, que servem de porta de entrada para o dependente químico se acolher voluntariamente. Além disso, os Agentes da Paz ficam responsáveis por acompanhar o dependente químico durante e depois do seu período de acolhimento em uma das comunidades”, afirmou.

Esvalda Bittencourt disse ainda que a secretaria possui um Cal Center (0800 280 9390). Ela explicou que após receber a mensagem, uma equipe formada por assistente social e psicólogo irá até o local para fazer a triagem e encaminhar a pessoa para umas das 35 comunidades acolhedoras credenciadas ao Governo do Estado. “Após o acolhimento, temos um centro de reinserção, que fica na cidade de Maceió, onde o dependente químico e a família terão atendimento psicossocial, além de cursos profissionalizantes, como eletricista, pintor, encanador, padeiro, entre outros. Há também parcerias com supermercados, para onde encaminhamos o dependente químico que se qualificou para o posto de trabalho”, concluiu.

Ainda participaram da sessão os deputados Inácio Loiola (PDT), Dudu Ronalsa (PSDB), Gilvan Barros Filho (PSD) e Cabo Bebeto (PSL); o presidente da OAB/AL, Nivaldo Barbosa;  a juíza Fátima Pirauá, representando o Poder Judiciário; a vereadora Ana Hora, representando a Câmara Municipal, além de estudantes e representantes das comunidades terapêuticas e da sociedade organizada.