Sessão especial lembra os 10 anos de falecimento da major enfermeira Elza Cansanção

por Comunicação/ALE publicado 06/12/2019 18h00, última modificação 09/12/2019 09h00

A Assembleia Legislativa realizou sessão especial, nesta sexta-feira, 6, às 10 horas, no plenário da Casa, para homenagear a major enfermeira Elza Cansanção. A finalidade foi lembrar os 10 anos de falecimento da primeira mulher a se voluntariar para participara da Segunda guerra Mundial e fundadora do Museu da segunda Guerra, com acervo doado, integrado, sob a guarda do 59º Batalhão de Infantaria Motorizada (59º BIMtz). Proposta pelo deputado Sílvio Camelo (PV), a sessão especial foi realizada em parceria com a Associação dos Ex-Combatentes do Brasil e dos Amigos do Museu da Segunda Guerra (Aecamseg).

Durante a solenidade a Aecamseg conferiu a comenda Major Elza Cansanção a diversas personalidades, dentre elas o deputado Sílvio Camelo, o médico Arnaldo Camelo (pai do parlamentar) e o vereador e secretário municipal Eduardo Canuto. “A major Elza Cansanção foi um símbolo do Brasil, na Segunda Guerra Mundial. Ela foi uma combatente que contribuiu com o seu trabalho, e como mulher, naquela época, foi decisiva na participação brasileira no desfecho das forças aliadas na Segunda Guerra Mundial”, destacou o deputado Sílvio Camelo.

Para o coronel do Exército, João Marques, que conviveu com a homenageada, a major Elza Cansanção era mulher dinâmica que a cada dois meses por ano se deslocava do Rio de Janeiro a Alagoas para se dedicar ao Museu da Segunda Guerra. “Era uma convivência muito boa, especialmente para o museu, porque ela sempre trazia novidades. Trazia novos feitos dos ex-combatentes, novas peças para o acervo do museu, que era a razão de vida dela”, contou o coronel, responsável pela assessoria de relações institucionais do Exército. Na opinião dele, a major Elza era uma mulher á frente do seu tempo. “Na época, já no alto dos 85 anos, o carro dela era automático, o computador era top de linha, ou seja, era uma senhora antenada. A idade para ela era como se não existisse. Costumávamos dizer que ela era uma ‘velhinha hiperativa’. Porque ela não parava”, declarou o coronel Marques.

De acordo com o presidente da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil e dos Amigos do Museu da Segunda Guerra, Romany Roland Cansanção, o Exército Brasileiro se sente homenageado e agradecido ao Parlamento alagoano com a homenagem prestada à major Elza. “Pois temos a obrigação de preservar a história e contando os fatos acontecidos na Segunda Guerra estamos preservando a imagem e a garra do povo brasileiro. Que é a garra da major Elza”, avalia Romany Cansanção. Ele, que é primo da major Elza Cansanção, o fato dela ter sido a primeira mulher a se voluntariar para lutar na Segunda Guerra Mundial é de grande importância para o Estado, pois representa a garra do sangue alagoano. “E depois que ela voltou da Segunda Guerra resolveu dedicar a sua vida para isso. Fez vários cursos, se formou em História, Psicologia... tudo isso para cuidar da Segunda Guerra e foi a grande representante da Segunda Guerra”, completou.

Homenageada
A major Enfermeira Elza Cansanção Medeiros, nasceu em 21 de outubro de 1921, no Rio de Janeiro, filhas de pais alagoano, sendo o pai o médico sanitarista Tadeu de Araújo Medeiros e foi a primeira brasileira a se apresentar como voluntária, em 18 de abril de 1943, na Diretoria de saúde do Exército para lutar na Segunda Guerra Mundial aos 19 anos, logo após terminar o curso de Enfermagem das Samaritanas da Cruz Vermelha. Elza ficou em terceiro lugar devido ser a mais nova do grupo. Porém, teve a honra de ser a oradora da turma e, quando do envio das tropas brasileiras à Itália, foi a primeira convidada para integrar o Destacamento Precursor de Saúde, que foi enviado àquele país, em 9 de julho de 1944. Ela faleceu aos 88 anos de idade, no dia 8 de dezembro de 2009.

A sessão especial contou com a participação do subcomandante do 59º Batalhão de Infantaria Motorizada (59º BIMtz), Major Rodrigo Dionizio Giacomelli; do presidente da Adepol e ex-combatente, Robervaldo Davino; delegado Bergson Toledo, representando o Sindicato dos Delegados do Nordeste, em Alagoas; Leopoldo Filho, sobrinho-neto da homenageada, representando a família de Elza Cansanção; além de representantes da Capitania dos Portos e da Aeronáutica, de Alagoas.