Setembro Amarelo: Ângela Garrote alerta para número crescente de suicídios em Alagoas

por Comunicação/ALE publicado 03/09/2019 17h38, última modificação 03/09/2019 17h38

A campanha Setembro Amarelo, que trata da conscientização e prevenção ao suicídio, foi tema do pronunciamento da deputada Ângela Garrote (PP) durante a plenária desta terça-feira, 3, da Assembleia Legislativa. Iniciada em 2014, a campanha é promovida pelo Centro de Valorização da Vida (CVV), o Conselho Federal de Medicina e a Associação Brasileira de Psiquiatria, e tem como foco alertar a sociedade para esse grave problema que aflige as famílias brasileiras. “É um tema triste, um tema que afeta profundamente as famílias brasileiras, as famílias alagoanas”, disse a parlamentar.

Durante a fala, Garrote trouxe dados preocupantes que comprovam a gravidade do problema. De acordo com ela, só no Brasil são registrados cerca de 12 mil suicídios por ano, e mais de um milhão de pessoas atentam contra a própria vida no mundo. “Infelizmente, a realidade brasileira não difere muito da situação mundial, o que demanda de nossas autoridades providências sérias e efetivas para a redução do número de suicídios”, cobrou a deputada, acrescentando que cerca de 96,8% dos casos de suicídio estavam relacionados a transtornos mentais.

“Em primeiro lugar está a depressão, seguida do transtorno bipolar e abuso de substâncias”, destacou Ângela Garrote, informando que, recentemente, o Ministério da Saúde divulgou o Boletim Epidemiológico sobre o Suicídio no Brasil. “Como o próprio nome diz, o problema é muito grave e já pode ser tratado como epidemia. Os números são assustadores”, reforçou a parlamentar, dizendo que segundo os dados, ao menos 30 pessoas tiram a própria vida todos os dias no País. O que, segundo Garrote, aumenta em muito a responsabilidade do Poder Público na prevenção desse mal.

De acordo com o Boletim, em Alagoas, entre 2016 e os primeiros sete meses de 2019, ocorreram 543 casos de suicídio. No ano passado foram 172 casos, enquanto que até maio deste ano já foram registradas 90 mortes dessa natureza. De 2018 até agora, conforme dados divulgados pelo projeto Unidos Pela Vida, lançado no dia 28 de agosto, revelam que as mortes por suicídio aumentaram em mais de 140% em Alagoas. Os dados são do Núcleo de Estatística e Análise Criminal (Neac) da Secretaria de Segurança Pública (SSP).

Apartes
O pronunciamento foi aparteado pelas deputadas Flávia Cavalcante (PRTB), Fátima Canuto (PRTB) e Cibele Moura (PSDB) e pelos deputados Inácio Loiola (PDT) e Francisco Tenório (PMN). Eles foram unânimes em reconhecer a gravidade do problema e parabenizaram Ângela Garrote por abordar o tema.

A deputada Fátima Canuto destacou a atuação do CVV na prevenção do suicídio e convidou a sociedade para participar do Seminário de Prevenção ao Suicídio, que terá como tema “Construção de uma rede de cuidados em Alagoas”, e será promovido pela bancada feminina da Casa, no próximo dia 13. Para Flávia Cavalcante os números divulgados pela colega de plenário são assustadores e merecem uma maior atenção do Poder Público. Na avaliação da deputada Cibele Moura quando se fala em suicídio e depressão, está se falando do mau do século XXI. “É talvez a doença que mais atinge as pessoas, que mais causa danos a nossa sociedade”, observou.

O deputado Inácio Loiola observou que a depressão é um mal que atinge a todas as classes sociais e que a doença é um problema mundial e extremamente preocupante. A avaliação foi seguida por Francisco Tenório. “É um tema importante e carente de ser melhor discutido”, disse Tenório.