Trabalho seguro e saúde mental são debatidos em sessão especial
“Trabalho seguro e saúde mental” foram temas de uma sessão especial realizada nesta segunda-feira, 18, no plenário da Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado Silvio camelo (PV). Os debates atenderam ao pedido dos gestores regionais do Programa Trabalho Seguro (PTS) do Tribunal Regional do Trabalho da 19ª Região (TRT 19), juízes do Trabalho Alan Esteves e Carolina Bertrand, e contou com as presenças de desembargadores e juízes do Trabalho, procuradores do Trabalho, auditores do Trabalho, Sindicatos Patronais e dos Empregados, Conselhos representativos do setor, profissionais da área da Saúde, da Engenharia e da Arquitetura e da sociedade de um modo geral.
“O acidente de trabalho tem sido uma temática muito forte junto ao TRT. É muito importante tratarmos sobre a segurança e a saúde no ambiente de trabalho, e é preciso que esta Casa esteja sempre à disposição para ser a caixa de ressonância da sociedade”, declarou o deputado Silvio Camelo, informando que a partir dos debates serão apresentadas proposições a serem encaminhadas pela plenária.
O desembargador João Leite de Arruda Alencar, vice-presidente do TRT19, pontuou algumas questões sobre a segurança no trabalho, dando ênfase à falta de investimentos por parte de algumas empresas. “A monetização do risco é algo muito preocupante para nós”, disse o desembargador. Alencar citou ainda que a fragilidade do vínculo empregatício também impede que o trabalhador cobre ou reclame de uma alguma situação, por receio de perder o emprego.
No início dos debates foi apresentado um vídeo com o pronunciamento do ministro do Tribunal Superior do Trabalho (TST), Alberto Bastos Balazeiro, coordenador nacional do Programa Trabalho Seguro. Em seguida, a professora doutora da Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Maria Cícera dos Santos de Albuquerque explanou, por meio de slides, sobre os problemas que afetam a saúde mental dos colaboradores no ambiente do trabalho. Ela informou há estudos apontando que 15% dos adultos em idade ativa tenham transtorno mental em algum momento e que, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), custem à economia global cerca de $ 1 bilhão de dólares por ano. “Trabalho tem que ser lugar de vida. Quando ele se desvia desse lugar de ser pulsátil, de nos dar sentido e de através dele nos realizarmos e atendermos a sociedade, alguma coisa não vai bem”, destacou a professora.