Tragédia em creche de Blumenau motiva amplo debate sobre segurança em escolas
Após mais um caso de violência em uma instituição de ensino do Brasil, desta vez em uma creche de Blumenau (SC), os deputados estaduais, além de repercutirem a tragédia que vitimou crianças, discutiram nesta quarta-feira, 5, a necessidade de garantir a segurança de alunos, professores e todos os presentes nas instituições alagoanas de ensino.
O deputado Cabo Bebeto (PL) iniciou o debate lamentando a tragédia de Blumenau, em que um homem de 25 anos, durante um surto psicológico, pulou o muro de uma creche e matou quatro crianças, com idades entre 4 e 7 anos, com golpes de faca a machadada. “É um caso lamentável. Nosso papel como legislador é representar nossos alunos e cuidar para que eles estejam seguros nas creches e escolas”, iniciou o deputado, afirmando que Alagoas precisa agir antes que situações semelhantes aconteçam nas escolas do Estado. “Além do acompanhamento psicológico preventivo, precisamos também colocar segurança nas escolas”, defendeu o parlamentar.
Cabo Bebeto reforçou que esta delicada discussão tem de ser abordada de forma técnica. “Precisamos esquecer a ideologia. Aquele cidadão pulou um muro e invadiu a creche. Não é sobre falar em armar os professores e nem mesmo proibir a venda de armas para a população, a questão é o assassino, o psicopata, o criminoso que invade uma escola e comete crimes”, afirma Bebeto, informando que já apresentou um projeto de lei que trata sobre o assunto.
Apartes
Muitos parlamentares presentes acompanharam a fala do Cabo Bebeto. Da mesma forma, registraram seus votos de solidariedade às famílias das vítimas e a todos os pais que se sentiram chocados com o crime. Fernando Pereira (PP), o primeiro a falar em aparte, reforçou ser preciso tomar providências e mostrar resultados para a sociedade. O deputado do Progressistas disse ainda que apresentará um projeto de lei que trata da prevenção contra atentados violentos em escolas de Alagoas. Falando também de seu projeto, o Delegado Leonam (União Brasil) defende o uso de câmeras de vigilância e portas de pânico em todas as unidades do Estado. “A escola é o ambiente que mais deveria ser seguro em uma sociedade, mas não é o que estamos vendo ultimamente”, disse o parlamentar, citando o caso de ameaças contra uma escola no Benedito Bentes, com responsáveis já identificados pela Polícia Civil.
Lelo Maia (União Brasil) reforçou que o governo tem a obrigação de garantir a segurança. “Acredito que o Governo do Estado e esta Casa não ficarão sem tomar medidas, pois faremos indicações à Secretaria de Segurança Pública para que nossas escolas e creches estejam seguras”, completou o parlamentar. Ele foi acompanhado pelo colega de partido, Mesaque Padilha (União Brasil), que também defendeu o uso de detector de metais nas escolas.
O líder do Governo, Silvio Camelo (PV), defende que um programa semelhante ao Ronda no Bairro, o Ronda Escolar, faça a segurança nas instituições de ensino. Ele também parabenizou o pronunciamento de Cabo Bebeto. “Como líder do Governo coloco-me à disposição para facilitar as discussões e que ações cheguem mais rápido”, finalizou em sua participação.
Francisco Tenório (PP) alertou o Governo do Estado sobre a necessidade da confecção de um plano de segurança. “Não é só segurança pública e armamento, mas também com trabalho de psicologia e saúde mental de nossos alunos”, completou Tenório. Apesar de reconhecer a necessidade de tratamento, Cibele Moura (MDB) classificou como "monstro" o homem que matou as crianças na creche.
A deputada Rose Davino (PP) reforçou que situações como a de Blumenau poderiam ser evitadas desde cedo com melhores políticas sociais. Ricardo Nezinho (MDB) também disse que o lado psicológico é fundamental neste plano. “Precisamos identificar problemas psicológicos em aluno e acionar o Conselho Tutelar”, disse o deputado.
Doutor Wanderley (MDB) aponta que a banalização da violência, muito por causa das redes sociais, piorou a situação. “Violência é problema universal, desde que o mundo foi criado, mas hoje nossas cidades cresceram de forma desordenada, as pessoas se amontoam e todos os problemas sociais se aglutinam”, disse o médico, lembrando que não há solução simples para questões complexas.
Último a falar, o deputado Alexandre Ayres enfatizou a importância da aplicação das políticas públicas e investimento na saúde mental. “Nossas escolas precisam de psicólogos e assistentes sociais. Precisamos começar cedo, para que possamos formar cidadãos mais equilibrados e evitar tragédias nas escolas”, disse o parlamentar.